Com 33,5 milhões de eleitores, a Argentina começou a votar nas eleições primárias que definirão o quadro político para a escolha de seu novo presidente.
A rigor, as “Paso”, como são conhecidas, definem apenas quem será o candidato de cada partido ou coligação. Na prática, como as candidaturas se definiram em cada frente, funcionam como uma prévia da eleição presidencial.
A ex-presidenta Cristina Kirchner, perseguida pela mídia e pelo Judiciário, escolheu manter-se fora da linha de frente da disputa, assumindo o lugar de vice da chapa de Alberto Fernández, ex-chefe de gabinete de Nestor Kirchner.
Restam poucas dúvidas de que isso se deveu ao fato de Cristina, preventivamente, ter sido eleita senadora, o que travou o apetite do Judiciário em tirá-la da disputa pela via dos tribunais.
Ela, com algumas poucas aparições públicas, parece estar conseguindo transferir os votos, pois Fernández lidera todas as pesquisas de opinião e está em empate técnico com o presidente Maurício Macri num possível segundo turno.
Não se pode, desta vez, falar em efeito Orloff em relação ao país vizinho – quem não se lembra do “eu sou você amanhã”? – pela impossibilidade de comparar-se Jair Bolsonaro a qualquer outro político de direita, como Macri.
Mas é possível pensar no que são eleições onde – apesar de seu desejo em fazê-lo, como aqui – a Justiça não deforma – ou pelo menos não deforma tanto quanto aqui – o processo de expressão da vontade popular.
11 respostas
O Império, “A Família” e o sistema financeiro internacional permitirão que eleições limpas aconteçam?
O que mais me impressiona, não apenas na Argentina mas em todo o mundo, é a resistência à mudança mesmo em situações catastróficas. Isto comprova a vocação do ser humano para a repetição (Freud), daquilo que a psicologia chama de sintoma. Também comprova a verdadeira possessão pelo arquétipo, como dizia Jung.
Resumindo, a lógica e o bom senso são deixados de lado, quando o emocional entra em cena. É inacreditável que Macri ainda tenha eleitores, quanto mais que dívida o primeiro lugar. Vivemos uma era de estupidez como poucas na história. Mas o canalha da vez, há de ser derrotado.
“…. não deforma como aqui” . Aqui não ocorreu deformação do judiciário , ocorreu pior que a deformação , o judiciário tornou se o elo mais forte contra democracia , muito mais forte que o poder econômico e representante de uma elite altamente conservadora . Desde a primeira eleição de Lula o judiciário aqui se tornou incomodado nas suas várias instâncias . Não duvidem que novos conchavos serão feitos para não soltarem Lula . Em nome da normalidade institucional .
Não é à toa que a pesquisa de intenção de votos mostra Fernández e Macri empatados em segundo turno e que no Brasil tanta gente ainda avalia bostonaro com bom ou ótimo.
Comecei a ler agora há pouco na Folha um artigo intitulado “No primeiro semestre sob Bolsonaro, 44 indicadores pioram e 28 melhoram”. Parei de ler, porque me deu náuseas. Para quem se informa apenas por veículos da grande mídia, a percepção que eles passam é que o governo atual não é muito diferente dos anteriores. Pior em algumas coisas, melhor em outras, mais por conta de fatores circunstanciais do que de competência ou incompetência do governo. Um nojo.
Quem só se informa por essa mídia, não tem noção do que está acontecendo no Brasil e não vê motivos para impeachment. Até considera normal a possibilidade dele ser reeleito.
Perfeito. Parabéns
* Me parece que seria um E no lugar do a, no título…. Abraço !!!
“…a Justiça não deforma – ou pelo menos não deforma tanto quanto aqui”
Ou seja, não tem tanta fraude como aqui
Como a Argentina tem 33 milhoes de eleitores se tem 43 milhoes de habitantes? Deveria ter uns 28-29 milhões
CK foi inteligennte , nada como ter exemplos a seguir,alem de que lá tiverão oportunidade de viver mais tempo com o neoliberalismoe a população sentir o erro feito.Me assusta este quase empate,a oligarqui la é forte para 30mi habitantes
Vai começar pela Argentina, a desratização desse lixo corrupto direitista que assolou a America do Sul.
Que os argentinos estejam muito atentos às redes sociais, para enfrentar as táticas de Bannon e sua Cambridge Analytica.
Não há democracia que resista a tão poderosos fraudadores. A fraude no plebiscito Brexit do Reino Unido não deixa dúvidas.
Os fraudadores conspiram e manipulam em todo o mundo.