Militares do “Bolsonaro Traidor” tiveram de volta o que ajudaram a dar ao povo

Dezenas de militares reformados e parentes de outros, da ativa, entoaram um coro de “Bolsonaro Traidor” hoje, na Câmara, quando se votou – e derrotou – a emenda que estendia para todas as patentes da tropa os benefícios concedidos aos oficiais superiores, que podem levar a mais de 70% o reajuste dos altos oficiais, enquanto para os soldados chega, no máximo, a 12%.

De certa forma, receberam a parte que evidentemente os tocaria ao decidirem aderir ao ex-capitão, mais interessado naqueles generais em final de carreira, com forte influência sobre o comando atual das Forças do que na soldadesca.

Ao contrário de muita gente, que está dizendo “bem-feito” na internet, é triste que a indiferença com a sorte “dos de baixo” também seja, entre os militares, tão forte como é em toda a sociedade.

Na história, os governos de natureza popular sempre foram os maiores beneficiadores dos escalões inferiores da tropa. Um das razões da derrubada de João Goulart foi ter se aberto às reivindicações salariais (e também às de cidadãos, como o direito de votar) de soldados e marinheiro, sobretudo cabos e sargentos: não faltaram generais a acusá-lo de subverter os quartéis.

Agora, que Bolsonaro fez a eles o mesmo que fez – e fez ainda pior – aos trabalhadores em geral, ao menos procurem entender que a “supremacia militar” não é doce para o bico dos praças.

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