Contágios batem recordes, mas Trump e Bolsonaro dizem que Covid “está passando”

É impressionante a exibição de estupidez sincronizada de Jair Bolsonaro e Donald Trump.

O presidente norte-americano, em seus comícios finais, a pouco mais de três dias para a eleição em seus país, diz que os EUA, que chegaram a nove milhões de casos da Covid 19 e onde todos os dias se somam mais mil aos mais de 234 mil mortos no país, estão “fazendo uma linda curva (de redução da doença)” e que os casos estão aumentando porque são relatados falsamente pelos médios para que, assim, estes ganhem mais dinheiro:

“Sabe, nossos médicos ganham mais dinheiro se alguém morre de Covid. Você sabe disso, certo? Quero dizer, nossos médicos são pessoas muito inteligentes, nossos hospitais … então o que eles fazem, é dizer: ‘Sinto muito, mas, você sabe, todo mundo morre de Covid.(…) Outras nações estão relatando menos mortes porque seus médicos não trapaceiam como os nossos.”

Aqui, Jair Bolsonaro diz que a pandemia também “está passando” e que a pressa do governo paulista em aprovar na Anvisa e iniciar a aplicação da vacina chinesa é apenas um golpe político eleitoral:

Está acabando a pandemia, acho que ele (o governador de SP, João Doria) quer vacinar o pessoal na marra rapidinho, porque vai acabar e ele fala: “acabou por causa da minha vacina”. Tá ok? O que está acabando é o governo dele, com toda certeza.

Não, não são dois loucos capazes de dizer isso, enquanto o mundo alcança a incrível marca de mais de meio milhão de novos infectados ao dia.

São dois demagogos da pior espécie, que não recuam sequer diante da morte e do sofrimento humano. Mas diferem de simples psicopatas, porque tiveram e têm a inteligência emocional não apenas para se colocarem como objetos de remissão das frustrações da sociedade e de representantes do mundo ignóbil do dinheiro acima de todos como, ainda agora, lidam explorando o medo, o cansaço e a impaciência de povos aflitos com o desemprego e o empobrecimento.

Por isso são perigosos e não é possível achar que ambos “vão passar”.

É de tremer a consciência o que, talvez, esteja diante de nós, amanhã, para que a humanidade possa afastar figuras assim dos postos de comando das nações, assim como há 80 anos foi com o nazifascismo.

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