Na véspera de Natal, o Brasil chegou a 190 mil mortes pela Covid-19. 14 dias depois, em 7 de janeiro, somou 10 mil óbitos e foi a 200 mil. Outros 11 dias bastaram para irmos 210 mil em 18 de janeiro e, agora, apenas 9 para chegarmos aos 220 mil mortos.
O número de contaminados, na prática, chegou a 9 milhões (8.996. 876) e, no ritmo que vai, retomaremos da Índia, no início de março, o lugar de segundo país do mundo em número de infectados, mesmo com uma população seis vezes menor.
A vacinação, dentro do que é possível com a falta de doses disponíveis, vai ganhando ritmo, mas perdendo a disciplina que deve ter uma programa de imunização para ser chamado de nacional.
Prefeituras, como a do Rio de Janeiro, decidiram vacinar profissionais que pouco ou nada têm a ver com o combate ao coronavírus, como professores de educação física, veterinários e psicólogos, desde que tenham 60 anos ou mais, mesmo aqueles que não se encontrem em atividade. Nada contra, mas isso não é o critério nacional.
Já São Paulo quer abolir a reserva da segunda dose, contando com a disponibilidade de vacinas das quais nem mesmo chegou a matéria prima e que têm de ser reforçadas impreterivelmente em 28 dias – ou 18, se considerarmos a aplicação das primeiras vacinas.
A vacinação descentralizada na responsabilidade de municípios não quer dizer que o processo não tem coordenação e nem regras unificadas nacionalmente. que sejam respeitadas.
Não temos um plano nacional de imunização, apenas um sistema de distribuição de doses de vacina – e poucas – porque o Ministério da saúde transformou-se no que é a credencial de seu chefe: apenas um setor de logística.
Chegaremos ao carnaval “que não vai haver” com mais de 240 mil mortos e aí nos escandalizaremos todos com as aglomerações, baladas, festanças, porque não pode haver emergência sanitária num país que não tem governo.