Hoje, mais cedo, escreveu-se aqui que era Jair Bolsonaro quem polarizava a eleição.
Agora à noite,na sua live o atual presidente fez questão de confirmar esta realidade.
“Está previsto [sic] eleições em 2022. O Lula vai ser candidato, vai estar lá. Tira eu de combate, resolvi não disputar as eleições, quem seria o outro que iria com Lula para o segundo turno? É só fazer um raciocínio que vocês vão entender qual é o futuro de cada um de vocês”
Jair Bolsonaro assume claramente que é o voto do antilulismo, a sua aposta em que merecerá apoio não por suas virtudes, mas por defeitos alheios.
Como está no governo e Lula está na oposição, quer ser “a oposição da oposição””.
Não defende seu governo, porque seu governo é indefensável.
“Querem criticar meu governo, fiquem à vontade, mas puxem um pouquinho pela memória para ver como o Brasil era conduzido no passado.”
Se o eleitor fizer isso, fará exatamente o contrário do que sugere o presidente e verá que, o Brasil, no passado recente, era conduzido numa trilha, ainda que insuficiente, de progresso e justiça social.
Bolsonaro segue numa trilha suicida, na qual colherá uma derrota acachapante se não conseguir introduzir o “tapetão” jurídico para eliminar Lula da disputa.
Eu já vi isso acontecer, quando Moreira Franco, governador do Rio de Janeiro, apresentou o antibrizolismo como mote de campanha em 1990.
Brizola venceu com mais de 60% dos votos, muito mais que os 34% que havia obtido em 1982 e já numa eleição que dispensou o 2° turno.
Não duvide que isso possa acontecer, como só uma vez aconteceu, pelo artificialismo do “um dólar, um real” de Fernando Henrique Cardoso.
Principalmente porque a crise econômica vai se agravar e a comparação que Bolsonaro propõe lhe será fatal.
Resta a Bolsonaro, cada vez mais explicitamente, recorrer às ameaças de um golpe que não tem forças para desfechar:
“só Deus me tira da cadeira presidencial”. E me tira, obviamente, tirando a minha vida. Fora isso, o que nós estamos vendo acontecer no Brasil não vai se concretizar, mas não vai mesmo. Não vai mesmo, tá OK?”
A psicopatia vai chegando a um ponto inacreditável.