Em entrevista à Rádio Gaúcha ficou nomeio do caminho: admitiu ter se reunido com o deputado Luís Miranda, mas silenciou sobre o que ele teria dito e, claro, sobre a sua suposta reação de dizer que a compra de vacinas Covaxin seria “um rolo do Ricardo Barros”, seu líder de governo.
Mas, reconheceu que não mandou apurar o que lhe teria sido dito pelo parlamentar: “Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência imediatamente. Tomei providência nesse caso.”
Não tomou – o negócio só seria suspenso para averiguação três meses depois, após aparecer na CPI da Covid – e isso deixa, objetivamente, abertas as condições para que seja acusado de prevaricação.
Há um crescente clima de tensão sobre a divulgação do áudio que teria sido gravado pelos irmãos Miranda. Há tanta fumaça que é quase impossível que o fogo não apareça nas próximas 24 ou 48 horas.
Se o áudio de fato existe, considerando o vernáculo de Bolsonaro e a forma com que as palavras lhe saem da boca, é provável que seja, como dizem os que alegam ter ouvido a gravação, “50 minutos de baixarias”.
A ver o que acontece, porque nenhum dos personagens desta história, claro, desprega perfumes.