Mourão é o soprador oficial das mordidas de Bolsonaro

Eu ia escrever que as coisas estão feias quando o general Hamilton Mourão aparece como voz moderada da ala militar deste governo as coisas estão realmente feias dentro do QG do Planalto, mas, em tempo, lembrei que essa é prática comum do vice-presidente: Bolsonaro diz barbaridades e ele aparece como um “tradutor açucarado” dos coices presidenciais.

Mourão apareceu dando entrevista deixando barata a ameaça de não haver eleições se não for aprovado o voto impresso vulnerável que Bolsonaro deseja.

— É lógico que vai ter eleição (mesmo sem voto impresso), pô. Quem é que vai proibir eleição no Brasil? Por favor, gente. Nós não somos república de banana — disse Mourão.

Seria, de fato, lógico, se as coisas por aqui andassem dentro da lógica democrática.

Mas quando o próprio presidente da República ameaça o cancelamento das eleições sem o voto impresso, como fez no dia 8 e, de novo, levanta suspeitas dobre a lisura do TSE, parece claro quem quer “proibir eleição no Brasil”.

E quando Braga Netto faz os chefes militares perfilarem-se numa nota ameaçadora à CPI da Pandemia porque surgiram uns quantos coronéis suspeitos de maracutaias, estamos dentro da lógica?

Mourão faz o papel de soprador das feridas e ardências que as declarações e atitudes antidemocráticas de Jair Bolsonaro – agora com Braga Netto a fazer-lhe a sombra armada – abrem na vida do país.

E assim vão avançando, porque as instituições brasileiras estão acovardadas e reagem – deus meu – com ‘tweets” a trovões autoritários.

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