Lula ocupa quase a metade da capa da edição dominical do El País, na edição espanhola.
Perdão, não é Lula quem ganha este espaço, é o Brasil.
Não seria dado a Togo à Nova Zelândia, por mais interessantes que pudessem ser os candidatos aos governos daqueles países.
O que está acontecendo nas nossas relações com o mundo é que não cabemos mais nas ridículas dimensões em que estamos há anos colocados, menores ainda nestes últimos, com Jair Bolsonaro nos transformando em anões patéticos e em vilões climáticos, como nesta inacreditável história de terem ocultado os dados de um desmatamento recorde na Amazônia até que se encerrasse a Cop26.
“O Brasil foi destruído” perante o mundo, disse o ex-presidente, “nós precisamos reconstrui-lo”. E quem tem tamanho para isso?
Certamente não os que participaram da obra de demolição.
Será possível que a elite brasileira, tão internacionalizada, não compreende que, arruinada nossa imagem perante o mundo, os únicos negócios que atrairemos serão os predatórios e os oportunistas?
Quem quer algo diferente disso num país em que a pobreza grassa, a fome volta, o consumo cai e não se sabe o que dará na veneta de um governo sem projeto algum senão a continuidade na obstusidade?
Este governo começou tentando vender uma reserva ambiental para os árabes fazerem um cassino e vai chegando perto do seu fim oferecendo aos mesmo e a outros árabes nossos clubes de futebol.
É tudo o que podemos ser? Importadores de dinheiro de jogo e exportadores de meninos bons de bola?
No mais é só vender e destruir natureza, minério e solo convertido em grãos. Serão dragas, mercúrio e buracos lamacentos do garimpo que farão o Brasil potência?
A entrevista e o próprio Lula, mostra a entrevista, nas palavras das jornalistas que a fazem, Pepa Bueno e Lucía Abellán, ao dizerem que a mensagem que Lula deseja transmitir em sua visita à Europa é a de que “o Brasil não é Bolsonaro”.
Assista: