Jair Bolsonaro sinalizou sua volta ao discurso da fraude eleitoral, mas agora não (por enquanto) com a suposta inconfiabilidade da urnas eleitorais.
Seu alvo central, agora, voltou a ser o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, a quem acusou, hoje, de estar estimulando uma suposta manipulação das pesquisas eleitorais.
Foi assim que ele reagiu à suspensão das “investigações” – na verdade intimidações – que mandara o Conselho Administrativo de Defesa Econômica e a Polícia Federal abrirem contra o Datafolha, o Ipec e o Ipespe.
“Começou o Cade e a PF a investigar institutos de pesquisa. O que Moraes fez? Não pode investigar. Os institutos vão continuar mentindo. E quantos votos ele arrasta para o outro lado? Geralmente, votam em quem está ganhando, 2 ou 3 milhões de votos”.
E acusa o presidente do TSE de ser o futuro beneficiário de um eventual “governo Alckmin”, que seria o sucedâneo de uma vitória e um eventual afastamento de Lula: ““Parabéns, Alexandre de Moraes. Seu candidato não é o Lula, seu candidato é o Alckmin”.
Bolsonaro, é claro, sabe que , com dúzias de instituto de pesquisas apontando, maior ou menor, uma vantagem de Lula, seria impossível que se formasse uma conspiração entre centenas de pessoas para forjar resultados irreais.
A intenção é outra, e bem clara: pressionar os institutos de pesquisa a não oferecerem resultados de pesquisas onde a vantagem de Lula esteja crescendo.
Não só as empresas, mas também seus dirigentes estão amedrontados com a possibilidade de verem, a qualquer momento, policiais entrando em suas salas, revirando suas gavetas e apreendendo seus computadores e celulares.
Irônico é que estas empresas foram cúmplices, em seus grupos econômicos, com a naturalização destas ações policiais que, agora, são usadas para ameaçá-las.