“Essa questão do vírus que está passando”, nas palavras de Jair Bolsonaro, terá amanhã 2 milhões casos confirmados de contaminação por todo mundo.
Levando-se em conta os que não foram detectados, provavelmente quatro milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
Deixando um rastro de 120 mil mortes, pois, como dizia Donald Trump, mata menos que outras gripes.
Por aqui e por ali, há alguns registros ainda inconsistentes de queda nos óbitos, mas creio que é impróprio falar em decréscimo quando se morre, na Itália e na França, a mais de 500 corpos por dia, conta que triplica nos Estados Unidos.
Os casos passam de 900 mil na Europa e vão chegando a 600 mil nos EUA, como pode alguém mentalmente são dizer que “está passando”?
Mas há uma horda ativa sob o comando dos bolsonaros que também contamina todos nós e faz com que a população não encare as medidas protetivas com toda a seriedade possível.
Eles criam lendas que prescindem de qualquer fato. Como a de que o vírus não se propagaria no calor, e está a “gelida” Manaus a mostrar que é falso. Ou que o remédio milagroso a todos salvaria e, também do Amazonas vêm as notícias de que experimentos com 81 pacientes levaram a interromper estudo sobre uso de cloroquina na Covid-19 por conta de severos graus de toxicidade do medicamento.
Agora, é o “liberal” presidente da República, o mesmo que expõe qualquer um segundo seus interesses que impede o monitoramento das estações de rádio-base da telefonia, em lugar de determinar que seja apenas quantitativo e não com identificação individual (será que é medo de acharem o celular do Queiroz?) para medir o quanto os decretos de isolamento social, aos quais ele se opõe, estão surtindo efeito nas cidades.
O que está acontecendo no Brasil é um crime e isso não pode ser tratado como liberdade de expressão ou com “mimimis”.
Há lei em vigor – e jamais contestada ao longo de 80 anos que estabelece ser crime infringir medida protetiva da saúde pública e, por óbvio, incitar ao seu descumprimento.
Lamentavelmente, o sr. Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro para a Procuradoria Geral da República, em lugar de cuidar de seu cumprimento e, arvorando-se a médico sanitarista (e contra 99% deles) diz que não há provas de que o isolamento social não ajuda no combate à pandemia.
Estamos na república dos charlatães.