Queda de 5% no PIB? Tudo é chute agora; depois é apreensão

Lê-se todo tipo de prognóstico sobre o desempenho da economia global e da brasileira, como esta do Banco Mundial de que o PIB do nosso país cairá 5%.

É, por enquanto, tudo um “chute” – e me parece bem pequeno – porque a verdade é que não se tem a menor ideia de quão profunda e duradoura será a semiparalisação da atividade econômica, ao menos nas grandes cidades.

Qualquer raciocínio que espere uma recuperação da economia pelos mesmos métodos que tínhamos antes é uma rematada tolice, porque não se poderá contar com que o capital volte a circular em escala mundial da mesma forma que antes.

Cada país duramente afetado pela pandemia – que só “está passando” no wishful thinking do dinheiro e de psicopatas como Bolsonaro – ficará por um longo tempo “lambendo suas feridas” e cuidando de sua crise produtiva e social.

Haverá uma inversão na ordem de potências econômicas – que se previa, antes, para 2023, mas acelerar-se-á – com a China se tornando a primeira delas. (Alô, Dudu, olha a besteira que você fez)

As políticas de austeridade já não serão, aqui e em qualquer parte do mundo, aceitas passivamente. A ideia de que o fluxo internacional de mercadorias é o bastante para prover as sociedades também não.

Haverá mais nacionalismo, economicamente falando, embora se vá consolidar a ideia de que somos unos como humanidade.

E, certamente, muito maior preocupação em prover-se, cada Nação, de meios científicos e tecnológicos que lhes permitam algum grau de independência. O que, neste episódio agudo, mostrou-se um “gargalo” praticamente impossível de superar-se, mesmo sendo com produtos de baixa ou média complexidade técnica.

É a posse do saber, demonstrou-se, que tem o poder único de, se nos reduzirmos à Idade da Pedra, fazer-nos em pouco tempo a voltarmos a ser sociedades afluentes.

Nosso país, sob este aspecto, sofre uma dupla desgraça.

Não tem governantes que sejam capazes de encarar a emergência com seriedade e empenho e menos ainda tem governantes que sejam capazes de liderar o país na reconstrução dentro de uma, senão nova, muito modificada ordem econômica.

Mais ainda porque, ensina-nos a História, ao horror não raro sobrevêm mais horror e impérios, ao dissolverem-se, costumam apelar à guerra como seu estertor.

 

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8 respostas

  1. Pertinente a charge da Laerte. E receio de que será uma invasão à Venezuela para tomar o petróleo e o ouro do Orinoco à força, visto que o bonequinho-de-ventríloquo Guaidó e as sanções não funcionaram. Pra piorar, é ano eleitoral nos EUA e lá é praxe se aproveitar da destruição e morte em “países malvados” para fins eleitoreiros.

  2. Ao que me parece certo até agora é que em muitos países do mundo, como no Brasil, os governos vão esvaziar os cofres transferindo dinheiro aos bancos e comprando títulos podres num mundo abarrotado deles e reforçando a economia neoliberal e financeira.

    1. Veja lá se a Unilever, Nestlé e outras gigantes sairão arranhadas. A indústria farmacêutica, de tecnologia. Serão casa vez mais poderosas. O problema que cuidarão de resolver é a falta de disponibilidade de recursos para os ricos. Onde importava a pobreza reinará a miséria. Teremos milhões de novos pobres. Os micro e pequenos empresários a duras custas descobrirão que não derem o capital. Tudo será inutilmente pedagógico. Centenas de milhares de mortes em vão.

  3. Economista devia entender de economia. Mas para eles, tá aí o guedes, economia é defender o lucro dos bancos e destruir o estado para que estes lucros sejam ainda maiores.
    Nada mais fazem ou entendem, como agora mostram mais uma vez.
    Golpistas, canalhas!

  4. Já passou da hora de taxar lucros, dividendos e grandes fortunas !!!

    É a única janela de oportunidade que teremos dessa proposta tornar-se realidade…

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