A guerra era ‘brincadeirinha’ ou brincadeira é a trégua?

De repente, não mais que de repente, nos jornais desapareceu a guerra entre a Câmara dos Deputados e Jair Bolsonaro, que ontem estava a ponto de xingarem as respectivas mães.

O dólar cai, a Bolsa dispara – nem tanto, certo, mas pelo menos ao dia inaugural da crise – sai um relator para a CCJ, ainda que inexpressivo e sem poder de arrastar outros partidos e se anuncia a volta do clima de “agora a coisa vai”.

Como não há notícia de que Jesus tenha subido n’alguma goiabeira da Praça dos Três Poderes, nem que o presidente tenha resolvido dar o que eles querem, de uma hora para outra e em grandes quantidades, alguém puxou os cordéis dos bonecos desta cena ou a cena é, simplesmente, falsa.

Volto aqui à velha citação da 1ª Lei de Newton, a que dis que os corpos tendem a permanecer parados ou em movimento salvo se uma força aja sobre eles.

Como não creio que esta força tenha vindo, assim, rápido, da “mão invisível do mercado”, prefiro a hipótese da pantomima.

Do que, aliás, tem cheiro, desde que começou como uma “briga com a namorada” e evoluiu até o escracho da “velha política”.

O problema, como já disse aqui bem antes, é que na política, como é agora também na Física, é que as coisas não são como parecem mas, em certa medida, a existência dos fenômenos depende de serem observados, isto é, parecerem.

Bolsonaro, que nem tanto quer além de fingir interesse por uma reforma rápida e pesada, segue em sua linha de empurrar o impasse para o parlamento.

Maia, que a quer perfilhar para consolidar-se como o “homem do mercado” e um neoestadista –  valha-nos Deus por sermos um país onde isso é um estadista – não pode a fazer andar tão depressa que a reforma  seja de Bolsonaro, nem tão devagar que ele próprio lhe seja o padrasto.

O rechonchudo Presidente da Câmara deveria ouvir mais seu pai, César, o criador daquilo que encontrou em Bolsonaro a sua mais perfeita tradução: os factóides.

Ele fez a guerra pública como fez a paz publicada.

Que continua dependendo de uma tuitada para ser rompida.

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15 respostas

  1. Fico pensando enquanto ouço música para aliviar meu espírito ,tantas pessoas,seres humanos admiráveis foram torturados ,mortos ,nem seu corpos encontrados porque desejavam um mundo melhor para todos,e hoje estamos aqui,quase de novo no ponto de partida.
    É muito lixo,muita baixaría,tantos detritos com formas humanas a ter que suportar ,é cansativo demais.
    Viví o fato de pessoas no meu entorno desaparecerem ,o nunca mais ,é triste,doloroso ver o mesmo filme horrível, deshumano,nem sequer animalesco,mais baixo ainda ,acontecer de novo.
    Amanhã a luta continúa,por ELES.

  2. Esta guerrinha deve ter sido bolada pelo “gênio” De Carvalho, aproveitando uma sugestão de pé de ouvido do Steve Bannon. Cada vez me convenço mais de que toda esta loucura é proposital, e vai desembocar no mais perfeito desastre que uma moderna e grande nação já sofreu desde a segunda Guerra Mundial.

  3. Ambos, juntamente com a gde mídia, tem um compromisso comum que é “Deformar” a Previdência. Não tem como ser diferente, apesar da loucura do mito.

  4. Lula 2019

    “Para que serve a Literatura

    Conta-se que no final da Segunda Guerra Mundial, quando chegaram num campo de concentração que contava com inúmeros prisioneiros inocentes, os soldados de uma das divisões das tropas aliadas surpreenderam alguns dos seus inimigos nazistas sentados e calmamente lendo uma das obras mais importantes e humanistas da literatura universal: nada menos do que Fausto, de Goethe.
    A leitura daquele livro não tornava seus leitores menos culpados pelo horror que estava sendo cometido por eles próprios. Também não impedia que cada um daqueles soldados literatos cumprissem com suas atribuições de prender, torturar e matar seus semelhantes como nenhum outro animal além do humano é capaz de fazer.
    Nada mais desconfortante para os defensores da literatura como forma de humanização do que a idéia de que o homem pode combinar a satisfação estética sentida após a leitura de uma peça de Shakespeare com uma prática anti-humana, perversa e cruel.
    Apesar disso, como nos ensina o crítico literário Antônio Cândido, a literatura contribui para que se confirmem em cada um de nós “…aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor”.
    A literatura serve, por certo, para dar prazer e satisfação para todos, mas só os bons levam a sério suas mensagens humanistas: os demais permanecem indiferentes. Bons livros não convencem uma pessoa má a melhorar. Pode-se supor que alguém que tenha sido pago para assassinar, na sua infância tenha sido um leitor entusiasmado de Monteiro Lobato.
    As mensagens humanistas dos livros só atingem as pessoas predispostas para a sua recepção. É provável que os romancistas estejam condenados a “pregar aos convertidos”, a convencer aos convencidos, como tinha o costume de escrever o sociólogo Pierre Bourdieu.
    Mesmo assim, um pioneiro investigador dos segredos humanos como Freud não dispensava os conhecimentos propiciados pela literatura. Para o fundador da psicanálise “…os poetas e romancistas são aliados preciosos, e seu testemunho deve ser tido em alta estima pois eles conhecem, entre o céu e a terra, muitas coisas com as quais nossa sabedoria escolar não poderia sequer sonhar. Eles são para nós, que não passamos de homens vulgares, mestres no conhecimento da alma, pois se banham em fontes que ainda não se tornaram acessíveis à ciência.”
    Com tudo isso, não deixo de pensar que após a leitura de um livro como Levantado do Chão, de Saramago, que descreve o sofrimento e a luta dos trabalhadores rurais portugueses, nenhum dirigente do Fundo Monetário Internacional deixará de impor aos países devedores as medidas econômicas que levam a fome e o sofrimento para milhões de pessoas em todo o mundo.
    Talvez a literatura sirva mesmo é para convencer os convencidos a permanecerem contra todas as formas de opressão do humano. Se serve para tanto, isso já é um grande bem, pois, embora aqueles que não praticam o bem continuem difundindo o mal, não conseguirão jamais impor a idéia de que ser humano é ser apenas como são.”…

    “WALTER LÚCIO DE ALENCAR PRAXEDES
    Doutor em Educação pela USP e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá” (PR. Terra do marreco de Maringá e da FarsaJato)

  5. Agora a coisa vai… continuar esculhambada como é de se esperar num lugar dirigido por personagens tão ordinários!

  6. Se segurem, porque para surrupiar o que é do povo eles se unem … bando de velhacos e corruptos !

  7. O maia é “do mercado”.
    É para prejudicar os pobres e tem o apoio “incondicional”, como sempre, da globo.
    Precisa alguma outra informação?

  8. Estranho, pra dizer o mínimo: Prendem o sogro, o cara dá piti, diz “eu não sou mais amigo de vocês”, e ameaça paralisar a Lei do Moro e a Reforma da Previdência.
    Agora, soltam o sogro, e tudo volta ao normal, como se nada tivesse acontecido… ????

  9. Outro dia o otávio guedes do estúdio i levantou a seguinte questão: como se sentem os políticos corruptos?
    Mas longe disso está a questão: como os jornalistas da globo são tão desonestos se têm filhos e voltam para casa todo dia? Como conseguem esconder o que querem e falsear notícias se a eles não cabe o álibi da burrice ou ignorância? Como um grupo tão inteligente faz o papel que faz? Como “ esconderam” o pré-sal, o minha casa, o mais médicos, a transposição do São Francisco, o 90%da ferrovia norte-sul? Como tanta homogeneidade de opiniões?
    Eu diria, muito mais corruptos que políticos. Pior do que a corrupção de políticos.
    E conseguem iir para casa, abraçar seus filhos e dormir sossegados?
    O guga chacra vai informar que o Trump acaba de afirmar que a América Latina “pertence” a eles; é seu quintal?
    Globo mais que corrupta. Jornalistas mais que corruptos.

  10. Concordo, basta uma tuitada… ou uma fala maledicente proferida em Israel. A mim parece que Maia jogou o pacote para o pai, Paulo Guedes, e ambos tentarão por a reforma no trilho, enquanto se bobo não vem! Ops, *

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