A lealdade que importa é ao povo. Por Nilson Lage

Acredito que, empolgadas com as porfias partidárias, as pessoas não estão se dando conta da natureza plebiscitária e da gravidade da escolha que se propõe nas eleições de outubro.

Bolsonaro é, de fato, um espantalho – não um Trump ou um Hitler: apenas um vazio de ideias, cujo único apoio leal é de um grupo de saudosos, não exatamente da ditadura militar, mas da face mais sombria dela. Honestamente, seria um tiro no escuro: não creio que se sustente.

Alckmin é diferente: é pior. Sabe o que faz, ou não faz. Prosseguirá com a liquidação do país na maior calma, cuidando de construir uma base política tão estúpida quando aquela de São Paulo, prestes a escolher para governar o Estado um pelego do sindicalismo patronal ou um picareta que fez fortuna tomando dinheiro dos ricos.

“Vós que entrais, deixai toda esperança”, escreveu Dante no portal do Inferno.

Naturalmente, para impedir tal desgraça, vale formar qualquer aliança viável e a única aliança viável é aquela que tenha por ícone a figura de Lula. Não é por preferência: é um dado da realidade que as pesquisas apontam e qualquer um vê. Em termos de imagem, perto dele, os outros que se propõem a ocupar o espaço que o povo atribuiu a ele são anões.

Claro que uma aliança, a essa altura, vai magoar mil gentes. Terá cheiro de traição. Será desleal com velhos companheiros.

A lealdade que importa, no caso, é com o povo.

Os companheiros, afinal, almoçam, jantam, têm lá seus empregos, aposentadorias ou sinecuras. Podem se bandear para o outro lado ou criar um partido de perfil diferente vestido de pureza ideológica, emigrar.

O povo não tem essa escolha.

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35 respostas

  1. É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
    Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.

    Miguel Torga.

    1. O Brasil mata mais do que países em guerra. E os mortos são esses q vc parece desprezar. Ninguém está defendendo alianças espúrias, o q se defende é o POSSÍVEL numa realidade urgente e pressante para garantir a força de Lula, nossa única esperança de não ser tragado de vez pelo imperialismo. Leia Jessé Souza e reflita além dessas críticas, essas sim, inócuas pois fora da realidade.

        1. Com todo respeito a Pernambuco, o assunto em questão é maior e mais importante. Leia a a carta que Darcy escreveu a Allende após o golpe por lá e veja em verso e prosa o que você está fazendo.

      1. ACHA QUE OS QUE DESEJAM MARÍLIA NÃO SÃO POVO,QUE DEMOCRACIA É ESSA QUE DESPREZA A BASE ANIMAL/FUI DELEGADO DO PT POR ONZE ANOS E SEMPRE EXISTIU ESSE DESPREZO DA CNB.ENTENDO MUITO MAIS DO SOFRIMENTO DO POVO QUE VOCÊ MENINO.MAIORES INFORMAÇÕES SOBREESSE A QUEM JULGA ACESSE MEU FACE BOOK;LUIZ MATTOS RIBEIRÃO PRETO SP.

  2. Brito, como Lula só não será impugnado se houver um levante popular e isso não se consegue com alianças com os golpistas e candidatos abutres, como é ele que o povo quer e pode se eleger no primeiro turno de dentro da cadeia, e ai como é que fica? Vamos ter levante popular ou ficar aguardando o novo golpe? O vice tem de ser um nome que se entrar no lugar do titular é pra ser “Vote no cara do PT pra ter Lula no Poder”. Nesse momento, a densidade eleitoral é a que menos importa. Se puder ser com barba e cabelo brancos simpático, sorridente, que fale rouco pelo presidente Lula melhor.
    O Haddad está mais próximo como articulador e porta voz do programa, mas acho que ele encarando a tarefa do vice tem de ser mais aguerrido, sem ficar com essa de dizer que não foi bem um golpe, tem de dizer que ele é Lula e usar a mascarazinha de Lula. O Amorin também pode fazer esse papel muito bem, pois ele como diplomata e formulador da política externa é treinado para representar o país, sendo mais parecido com Lula, pode tentar representar o presidente candidato para o povo, ampliando mais pra classe média e se tornar um excelente porta voz da campanha de Lula. Acho até que todos deviam ter alterado seus nomes para incluir o Lula e botar o nome do cara na urna eletrônica.

    1. Vai surpreender, Manoel Fonseca. Não é ninguém que foi especulado até agora. As informações que um passarinho me contou é que será o deputado federal do PT Patrus Ananias, o principal elaborador, articulador e executor do bolso família. Patrus é uma unanimidade em Minas, segundo colégio eleitoral do país com seu histórico de honradez, disciplina, coerência e combatividade. Foi também ministro da reforma agrária quando ampliou mais ainda o seu apoio junto aos movimentos sociais de todo Brasil. Além disso tudo, tem um baita trânsito junto as pastorais religiosas. O anúncio de Patrus será, com certeza um chute no fígado dos golpistas. Aliás, atacar o golpe não é simplesmente sair caçando (com ç mesmo, no caso) um ou outro golpista de ocasião país afora de forma a se condenar ao isolamento sectário. É garantir a eleição de Lula ou de um representante, se for o caso, bastante disciplinado que não queira fazer gracinhas por conta própria e depois posar de madre Tereza de Calcutá incompreendida. Enfim, o que sempre faltou a Lula foi um poste. Alguém com humildade suficiente para entender que o general, o grande estrategista é o Lula.

  3. A escolha do povo é Lula. Só os cegos e os infames não enxergam. O golpe conseguiu prender Lula fisicamente, mas o que ele representa está solto por aí.

    1. Em torno de Lula que se deve convergir. Posso discordar de algumas decisões partidárias de um ou de outro dentro do PT. E pouco me importa em que estado vai chegar o PSB depois dessas prévias. Cada um que assuma sua responsabilidade por suas regras e não ponha culpa no PT. Outrora votavam pelo impeachment. Interesse nacional está acima do que penso ou questões internas de cada agremiação. Concordo com o texto.

  4. Boa noite. Após o ruge-ruge das alianças, meu “Inbox” pululando de indignados (recebi até um “texto”, vou chamar assim, pode ter crianças lendo, do tal de Nelson Mota, um “indignado” global). Não discuti, apesar de ter vontade de fazê-lo. Mas quem me fez ver que as alianças perpetradas estavam corretas foi exatemente o “pelotão de indignados globais”. Resolvido. O povo quer Lula. O resto é Luar sobre Parador.

    1. Isso até um poste sabe. O que esse povo vai fazer quando, amanhã, a chapa com lula for impugnada?

      1. Ah, que bom você admitir que a impugnação ainda não aconteceu! Até lá, o povo fará o que a classe média de esquerda teme: lutar para sobreviver.

  5. AS COISAS MUDAM ;QUEM A POUCO TEMPO CRITICAVA ALIANÇAS HOJE APÓS UM GOLPE RIDÍCULO AS LOUVA E COLOCA COMO OPÇÃO QUE NÃO SE CONTESTE MAS FORME SEU PARTIDO.É SÓ GOOGLAR,TÁ TUDO LÁ.

    1. É sempre bom observar o cenário, o momento em que determinada aliança se faz. Nos anos 30, Mao Tse Tung, que estava em guerra com Chiang Kai Tchek (Kuomitang) pela tomada do poder, alia-se a seu inimigo para expulsar os japoneses que tinham invadido o país. Imagine que ganhemos a eleição. Vamos governar com quem? Apenas com o PCdo B e com o PSOL, tendo ainda que ouvir as (in)diretas do chato do Chico Alencar? Claro, existem alianças inaceitáveis, mas aí é outra história

  6. Que lealdade com o povo é essa que arrancou um amplo tempo de televisão da esquerda para favorecer a candidatura de um privatarista, que manda agredir professoras idosas, como o Pimentel? Isso é lealdade com o mercado!

  7. Certo, mas faltou combinar com o STF / TSE !!!

    O tempo que era a nosso favor agora corre contra nós. O POVO.

      1. A parte de que, enquanto não houver uma decisão judicial sobre isso, só existe o “wishful thinking” de Ciro Gomes e seu eleitorado.

  8. O nome de Lula não estará na urna a não ser que algo que até agora não aconteceu — uma monstruosa manifestação popular — possa tentar reverte o Golpe em andamento. O alguém representa Lula na cédula eleitoral ou ninguém. Alguém vê alguma outra alternativa? Desde já me posiciono. Prefiro que alguém, qualquer um, represente essa fração da opinião pública comprometida com a reversão do Golpe em curso do que ninguém.

  9. :
    : * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra??S??il e postando:

    Difícil saber quem é pior das duas pe$$onhA$$ (com dois c(h)ifrões, de SS (=$$) neofA$$cinazi$$ta), seria como escolher entre o capiroto e o coisa-ruim…

    .:.
    ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ?
    * * * * * * * * * * * * *
    * * * *
    Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) ! ! ! ! Lul(inh)a Paz e Amor (mas sem contemporizações indevidas, ou seja : SEM VASELINA) 2018 neles/as (que já PERDERAM, tomaram DE QUATRO nas 4 mais recentes eleições presidenciais no BraSil) ! ! ! ! !
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  10. O professor, em poucas palavras, colocou um ponto final na questão. O grande problema de hoje – ou a grande contradição, falando em termos dialéticos – é recuperarmos o poder. E ele coloca com precisão o que pode acontecer com um Brasil do Alckmin. Os dois preferidos nas pesquisas de SP mostram do que são capazes 20 anos de direita e uma imprensa ignóbil: o povo elegendo seu próprio inimigo

  11. O povo que vota em Lula está ligado com as eleições, está tranquilo sobre o que quer. Mas a classe média desorientada está vendo tudo através das lentes que o diabo e a Globo estão colocando diante de seus olhos. Para eles, esta é uma eleição como outra qualquer, e já esqueceram que foram levados no bico na última eleição. Caindo na conversa mole da Globo, que há tão pouco tempo os enganou com o Aécio, eles se preparam para perpetrarem outro desastre com o voto, a menos que sejam despertados antes. Vamos despertá-los. Não dá mais deixar que a Globo venha querer meter-lhes outro Aécio goela abaixo. E a melhor definição para o Alckmin é que ele é o mesmíssimo Aécio que ontem a Globo promovia, e hoje se apresenta fantasiado de chuchu.

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