Ambição de França já não se sustenta

Se o ex-governador Márcio França contava com algum resultado que pudesse justificar a sua insistência em apresentar-se como candidato ao governo de São Paulo contra Fernando Haddad, mesmo estando com uma aliança firmada, em plano nacional, com o PT, a pesquisa Genial/Quaest sobre as intenções de voto dos paulistas seria uma pá de cal em suas pretensões.

Fernando Haddad cresceu seis pontos, de março para abril, tanto no cenário em que se apresenta o nome de França (24 para 30%) quanto no que vem sem o nome do ex-governador, quando o petista faz 37%, ante os 31% que tinha na pesquisa anterior. França oscila para baixo (18 para 17%). O bolsonarista Tarcísio de Freitas tem 10% (ante 9%, em março) e o agora governador Rodrigo Garcia, um mês depois de assumir o lugar de Doria, vai a meros 6%.

No gráfico que publico aí em cima, um dos que compõem a pesquisa, fica claro que, além da vantagem geral, Haddad conta com uma amplíssima maioria nos segmentos mais jovens do eleitorado, o que tende a ser decisivo na campanha que vai se iniciar, pela capacidade de mobilização que este segmento apresenta e que ficou claríssimo na campanha de Guilherme Boulos em 2020.

O único ponto da pesquisa em que França consegue um bom resultado é na simulação de um segundo turno contra Haddad, no qual o petista teria 38% contra 32%.

O “problema” desta situação é que, para ser palatável num segundo turno, França não poderá se associar a Lula fortemente a Lula na campanha e, por consequência, também não a seu padrinho Geraldo Alckmin. Ou será que vai se apresentar como “chuchu sem lula” aos eleitores?

Lula mantém, nos votos presidenciais a mesma folgada liderança (39%) sobre Bolsonaro, que só avança 3 pontos (de 25% para 28%) com o falecimento da candidatura de Sergio Moro.

O cenário em São Paulo é muito bom para o PT, porque Haddad vai progressivamente se afirmando como destinatário de votos que vão além da esquerda e solidificando seu favoritismo.

Ah, sim, uma curiosidade mórbida. A Quaest pesquisa também o Senado e, ali, a candidatura do “ex-herói” Moro bate apenas 16%, 12 pontos atrás do eterno quase candidato José Luiz Datena. França, que nem admite ser candidato, tem 11%, o que indica que, caso venha a resolver se candidatar a senador, o ex-governador tem tudo para deixar para trás o ex-juiz e encostar em Datena. Se este já correr de elição fácil, de difícil, então…

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre 6 e 9 de maio, com 1.640 entrevistas presenciais domiciliares, A margem de erro é de 2.4 pontos percentuais com 95% de nível de confiança. Está registrada no TSE sob os números BR-09290/2022 e SP-00620/2022.

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