As Forças Armadas do Brasil têm 334 mil homens na ativa.
O exército formado por Jair Bolsonaro, com a liberação geral do registro de “colecionadores, atiradores e caçadores” terá, quando chegarem as eleições, 830 mil homens e mulheres, cada um com o direito de possuir, legalmente, revólveres, pistolas e até fuzis semiautomáticas, se o número de registros crescer, a partir de agora, no mesmo ritmo.
Já são, até 1° de junho, 673,8 mil registros, 160 mil feitos de janeiro ate agora: 474% a mais em relação a 2018 e 10 vezes mais do que em 2015.
No total, há quase três milhões de armas nas mãos de particulares, contra menos de 400 mil com as forças policiais, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com dados obtidos junto ao Exército e à Polícia Federal.
É claro que nem todas estas armas em mãos particulares são de fanáticos capazes de produzir um “Capitólio à brasileira”.
Mas elas dão o sinal apavorante de que já não está em poder do Estado o monopólio do uso da força armada, porque certamente não são para caçar passarinhos.
69% dos brasileiros discordam da frase ‘povo armado jamais será escravizado’, segundo o Datafolha, mas estes não têm – e nem querem ter – um fuzil ou uma pistola para defender sua liberdade.
Talvez porque lhes baste a lei, a civilização e o respeito à democracia.