Fico impressionado com a tendência de boa parte da mídia que, não podendo defender as sandices que Jair Bolsonaro diz, todos os dias, tratam-nas como se fosse “declarações polêmicas”, “escorregões” ou até palpites infelizes do Presidente, que não sabe respeitar a liturgia do cargo.
Errado, meus caros amigos, nada há de casual – embora muito haja de monstruoso de fato – no show de barbaridades que o ex-capitão protagoniza diariamente.
Ele resolve, com isso, diversos problemas, é verdade.
Ocupa espaço no pobre debate nacional descolado da realidade de estagnação, desmonte e degradação da vida brasileira. Na economia e em todos os campos. O único sentido comum que se pode ver nas suas atitudes é o da destruição de qualquer aspiração de soberania e desenvolvimento, que dirá desenvolvimento autônomo.
Mantém-se no centro da polêmica, fecha todos os espaços à direita para que cresçam outros nomes. É não apenas um ímã de sociopatas, mas forma um núcleo cujo campo magnético impede qualquer outro personagem do campo conservador de mover-se.
Mas é num outro quesito que o, digamos, desempenho de Jair Bolsonaro é focado: manter suas tropas em estado de excitação permanente, que é a melhor maneira estarem em ordem de marcha, para usar a linguagem militar, se e quando surgirem as oportunidade de avançar cobre as instituições de Estado, incluídas aí, por estranho que possa parecer, as Forças Armadas.
Ou será que podemos chamar de estranho algo que já acontece com os outros poderes, o Judiciário e o Legislativo, nos quais, com as devidas negaças, cumprem-se as regras desta nova ordem, antipopular e antinacional?
O partido que Bolsonaro comanda não é o PSL, apenas um agrupamento que mescla aos extremistas uma récua de oportunistas e recalcados. É a turba, a massa amorfa e intelectualmente paupérrima da classe média intolerante que nele encontrou a forma de expressar todo o seu recalque e egoísmo.
É a turba que borbulha e, assim, ocupa um espaço muito maior do que, numericamente deveria.
Como uma bolha fétida – cada vez mais sólida – expande-se pelo vazio deixado pela degradação da política, do moralismo hipócrita e pela manipulação das ambições do Judiciário e das Forças Armadas.
E as emanações de Bolsonaro, todos os dias, se lhe roubam os que se iludiram, consolida os que o idolatram.
14 respostas
Você sendo mestre em taekwondo,Karatê,judô,jiu jitsu ainda assim vai perder diante de um fascista armado.
Talvez a arte do muay thai lhe dê alguma chance,mas quando é a morte que almejam essa coisa de brigar de mão é arte de onça.
Conheço um pouco dessas coisas aí de cima mas andei levando tudo para o muay thai que evita a proximidade pois essa coisa de abraçar macho parece ritual de acasalamento e ainda assim não dou mais um passo,não vou ao alpendre de casa sem minha PETEZONA de pente estendido na cintura.
Que “venga las kengas”!
E diziam que o Lula era encantador de burros. kkkkkkkk. Esse encanta coxinha, bolsominions e a “zelite brasiliensis”. Todos acéfalos. Plim plim.
Essa grosseria de classe, do período colonial, sempre esteve presente, porém era mascarada, ficava no armário, para muitas pessoas, Bolso representa esse estado de espirito pútrido, que desde o processo de colonização, nunca deixou de existir e agora veio a tona.
BOLSONARO É O RACISTA-CHEFE DA KU KLUX KLAN E DO “LIXO BRANCO” BRASILEIRO (*)
por Jessé Souza
Imperdível. O que está por trás de Bolsonaro é racismo “racial” mais cruel e expresso do modo mais aberto e canalha que se viu.
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(*) Em https://jessesouza.com.br/artigos/bolsonaro-e-o-racista-chefe-da-ku-klux-klan-e-do-lixo-branco-brasileiro/
Esse texto de Jessé mostra o lado mais baixo do ser humano que infelizmente, pelo menos no Brasil, existe.
Mesmo as pessoas brancas de classe média que negam veementemente que são racistas (mas votaram em bolsonaro ou anularam o voto) deixam transparecer no comportamento que são apenas racistas “bonzinhos”. Eles até acreditam que não são racistas, mas se tivessem vivido na época da escravidão não seriam contra ela, seriam apenas senhores de escravos piedosos, que tratariam seus escravos com mais respeito.
Com relação aos imigrantes, eles tiveram diversas vantagens quando chegaram aqui, em relação aos escravos libertos. Muitos trouxeram dinheiro, pois fugiam da guerra e não da miséria. Além disso, traziam conhecimento e experiência em diversas áreas (por exemplo na lavoura), o que fez com que fossem valorizados. Sem contar que vieram por vontade própria e na maioria das vezes acompanhados de família e amigos. Muito diferente dos escravos…
O Brasil se acabando e essa mídia se comportando como se nada de muito anormal estivesse acontecendo.
Nos governos anteriores, principalmente nos do PT, mas também nos outros, um décimo dos absurdos perpetrados por esse governo teriam dado pano prá manga para meses.
E se o comportamento dessa mídia impressiona, não impressiona menos o comportamento da parcela de oportunistas e recalcados que não fazem parte do agrupamento de extremistas, mas que colocaram o fascista no poder, seja por ação ou omissão na hora de votar. Eles, igualmente, jamais teriam aceitado calados de qualquer outro governo, seja de esquerda ou de direita, um décimo do que já fez esse governo.
A grande mídia não vai mudar mesmo seu comportamento, porque fazem parte da minoria dos bi/milionários a quem interessa ou pouco importa a manutenção do Brasil como colonia subdesenvolvida e facilmente manipulável.
Mas e as classes baixas, médias e pouco ricas que estão sendo barbaramente prejudicadas por esse governo? Será que nunca vão reagir?
@Fernando, vamos corrigir o título e a palavra “negaças” no texto, por favor? Quero compartilhar. Obrigado.
Negaças está correto.
PERFEITO. O RETRATO FIEL DA NOSSA TRAGÉDIA.
Acerca de alguns dias atrás, a Joice alegou que seu celular foi hackeado. Hoje de manhã , o Guedes fez a mesma alegação. Agora a tarde, a PF vai e faz uma operação para prender os hackers que supostamente invadiram o celular do Moro. Uma coisa é certa: a cronologia dos fatos é, no mínimo, curiosa.
De outro ângulo, é hilário que a cidade de Araraquara – onde a PF fez a operação – seja a maior produtora de laranjas do país. De duas uma: ou trata-se de uma intervenção divina ou, às ocultas, a PF está de sacanagem com o clã Bolsonaro. Vai saber. As pessoas odiosas como eles têm muitos inimigos , inclusive, ocultos. Na verdade, as turmas que andam atrás dos valentões de colégio, secretamente, sempre estão torcendo para eles se ferrarem.
Não entendi o uso dos dois verbos, ter e ocupar, na 3a pessoa do presente do indicativo, no título do artigo. De resto, bem escrito,as usual.
Passando da hora de nós, progressistas, preenchermos os espaços com projetos, esboços, ideias, do que desejamos para o Brasil, para nós, povo trabalhador. Educação, saúde, lazer, terra, trabalho… enfim, temas sociais que interessem a todos. Vamos expondo, vamos debatendo, vamos incorporando contribuições. Além do mundo físico, nossos espaços são nesses comentários, nas redes sociais. Há que fazer contraponto nesse desgoverno e não apenas seguir as bravatas deles.
A mídia está tão despedaçada, desacreditada e desmoralizada quanto um Palocci da vida. Este é o perfeito parâmetro que pode defini-la. O Intercept está a oferecer-lhe oportunidade de ouro para se redimir em parte de seus criminosa opção pela mentira que sustenta o poder dos assaltantes, mas com certeza seus donos serão em breve enquadrados pelo monstro que ela mesma empoderou.
Não acredito que existam traços de inteligência estrategista no bozo. Ele é um abrutalhado mesmo, acostumado, ele e sua família, a receber quase 100% dos votos nos bairros periféricos do Rio e na baixada por causa da ação criminosa das milícias às quais eles pertencem. Ele age assim porque é grosso mesmo, sem nenhuma noção de civilidade e respeito ao próximo. Nunca é demais repetir: as elites e os evangélicos (estes por interesses dos pastores) o toleram e vão fazer de tudo para mantê-lo na presidência porque esperam que as leis no congresso sejam aprovadas para pagarem menos impostos (quando pagam) e se descartarem de vez das obrigações trabalhistas. E também lucrarem algum com a desestatização do estado. Quando não houver mais nada para pilhar, as elites estarão mais ricas e gordas de privilégios e aí poderão desligar o “foda-se”.