Semana passada, chamei a atenção aqui sobre a piora da situação do Brasil em sua conta corrente cambial, que estava se degradando, com uma queda expressiva no saldo comercial e da saída de capitais financeiros.
Pois, creia, ela piorou.
O Ministério da Economia divulgou os dados da balança comercial e, pela primeira vez desde 2015, tivemos déficit, com uma queda de 18,9% nas três primeiras semanas de outubro, em relação ao mesmo período do ano passado.
A perda do saldo no período chegou a inacreditáveis 86% na comparação deste período e a 26,6% no acumulado do ano, mesmo com a redução das importações, de 1,4%.
E olhe que 2018 já foi sombrio, com uma queda de 13% sobre o saldo de 2017.
Claro que há fatores externos, como as inquietações do comércio e da desaceleração da economia chinesa, além da crise argentina. Mas a intensidade do tombo está crescendo numa velocidade que só estes fatores não explicam seu tamanho.
No lado financeiro, embora com menos velocidade, as saídas também se avolumam, a nível recorde de fuga de R$ 31,5 bilhões.
Na previsão das instituições financeiras, a expectativa de déficit na conta corrente do país subiu de US$ 23 bilhões para US$ 31 bilhões e pode passar, fácil, de US$ 40 bilhões.