BNDES desmente alarmismo: não venderá ações em massa

O BNDES – através de sua subsidiária BNDESpar, que administra as participações acionárias do banco em empresas – desmentiu a nota do jornal Valor, manchete de hoje do jornal, de que, por orientação do Governo, estaria disposto a fazer vendas maciças de seu portfólio de ações como forma de evitar a necessidade de aporte de recursos do Tesouro, na forma de empréstimos.

O tema, que foi motivo de furibundos comentários de Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg hoje, na CBN, onde, claro, não se tocou nas razões que levaram à adoção desta política.

Com a crise de 2008, o BNDES foi chamado – com mais intensidade que os bancos públicos comerciais, notadamente Banco do Brasil e Caixa – a assegurar fontes de financiamento para a expansão da economia que o setor privado não provia, ou provia com juros impraticáveis para investimentos de retorno mais lento.

Para que pudesse fazer isso, o Tesouro aumentou o capital do banco, através de empréstimos fundados em títulos públicos.  Foram 100 bilhões de reais transferidos em 2009, seguidos de 80 bilhões de reais em 2010, outros 55 bilhões de reais em 2011 e 45 bilhões de reais no ano passado. Para 2013 a expectativa é que isso caia ainda mais, para algo em torno de R$ 35 bilhões.

Sem isso, a indústria e a infraestrutura brasileira ficariam, simplesmente, paradas, pela falta de recursos produzida por um sistema bancário que não vive de emprestar dinheiro a taxas viáveis: ou pratica uma verdadeira extorsão financeira contra pessoas e empresas ou, simplesmente, colocam o dinheiro que captam no mercado em aplicações remuneradas pelo Governo, em títulos públicos, ou se entregam a especulações no mercado de  derivativos:  apostas em valores ligados ao câmbio, juros, ações e commodities.

desempenho_graficodesembolso2012.gif_1343825193Olhe o gráfico ao lado e acompanhe o que o Banco desembolsou em crédito para projetos de implantação e expansão das atividades econômicas. E, depois, considere que dois terços disso vão para a indústria ou para a área de infra estrutura: estradas, aeroportos, geração e transmissão de eletricidade, etc…

Reparem a evolução dos valores, desde o tempo em que, no governo FHC, o banco era utilizado para financiar a compra, por particulares  estrangeiros, das empresas estatais brasileiras.

desempenho_grafico_lucro2012.gif_1571513324Mas o Banco está administrando mal essa dinheirama? Não, o Banco tem tido lucros cada vez maiores, que são transferidos ao Tesouro Nacional, como você pode ver nesta outra escala, que mostra como eles se multiplicaram desde o período neoliberal.

E tudo com transparência total. Clicando aqui, por exemplo, você pode ver, de forma interativa (a ilustração lá em cima é estática) todos os quase 1400 mais importantes projetos que o BNDES apóia em todo o Brasil e ter uma ideia da importância de cada um para o desenvolvimento do país.

Claro que o Tesouro não pode fazer uma “capitalização saco-sem-fundo” do banco, muito menos eternamente, e a redução dos valores desde o início de uma crise que não acabou mostra que não é isso o que tem sido feito.

Mas não é correto comparar dívida que se faz para financiar investimentos produtivos com a que se faz para pagar os rentistas que, para isso, estão sempre querendo mais.

Podem crer, na ofensiva que fazem contra os dois maiores fomentadores da indústria brasileira: o BNDES e a Petrobras – que só este ano está investindo perto de US$ 50 bilhões – faz parte de um plano de paralisia da economia nacional, o velho remédio recessivo que jamais deu certo neste país (como de resto, em parte alguma, basta olhar a Europa).

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7 respostas

  1. Sou eu, Benedita, cima. Estou assustada com o tema. O artigo não foi claro. Sei que o BNDS é importante para nosso desenvolvimento. Mas, ele vai distribuir seu crédito entre financistas particulares. ISTO NÃO É BOM. EU NÃO QUERO. Não gostaria.

  2. Se alguem perguntar ao Sardemberg e a Mirian Leitao se eles querem morar e trabalhar em Portugal, eles vao pensar: “me pegaram pelo pe.”

  3. Quem dá crédito a essas duas deploráveis figuras? Nunca acertam nada. Não são economistas. Apenas palpitam ideologicamente.

  4. Isso provoca estrago em algumas hostes. A de um ex, muito vaidoso. A de um que nasceu para ser presidente, o mais preparado, avariado por uma bolinha de papel (será o eterno denorex). A de um que pulou do barco e anda arrependido… Um que anda lá fora criando dificuldades para vender facilidades. A de uma que não se encontra (não é de esquerda, nem de direita, nem de centro…)…

    O PIG dá satisfações para todos eles: Ela ainda vai pagar por isso! Dá próxima vez, vamos acertá-la com mais força.

    Justo Veríssimo: Isso mesmo, estou doido para voltar ao poder.

    Em compensação, o povo diz: Viva Dilma!

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