Marina não nega declaração sobre chavismo

Pedro Ivo, atual correligionário da ex-senadora Marina Silva no PSB, soltou uma nota da “Rede”, desmentindo a matéria do jornal O Globo – “Marina diz que quer acabar com a hegemonia e o chavismo do PT na Presidência da República” – publicada no sábado.

À parte o fato de desmentir a matéria apenas três dias depois – talvez pelo estrago que a declaração possa ter feito em círculos de esquerda que apoiavam a candidata – faço questão de transcrever a nota, para que você leia que ela não desmente o uso da expressão dizendo apenas que foi distorcida, embora não fique claro o que ela queria dizer.

A nota:

A matéria “Marina diz que quer acabar com a hegemonia e o chavismo do PT na Presidência da República” publicada em O Globo Online, no dia 05, me causou muita indignação. Primeiro porque mente sobre minha opinião: ao contrário do que afirma o jornal em sua versão online, eu não discordei da posição de fazermos uma coligação com o PSB, mas fui a favor desde o início e ajudei a viabilizar essa proposta. Segundo, porque distorce a fala da Marina, criando uma ideia para a opinião pública que estamos fazendo isso por vingança ao PT. É preciso esclarecer que, como foi afirmado durante a coletiva de imprensa, o ato de coligação com o PSB é programático e nos permitirá avançar com as conquistas sociais e defender o desenvolvimento sustentável.

Pedro Ivo
Como Coordenador de Organização da Rede Sustentabilidade

Eu não entendi, sinceramente, o que quer dizer Marina com a expressão “chavismo do PT na Presidência”. Quem é o Chávez? Dilma? Lula?

Bem, enquanto não fica claro, publico um trecho da ótima postagem de Cynara Menezes, no seu blog Socialista Morena, em Carta Capital.

Quem afirma que existe “chavismo” no Brasil mente – infelizmente

(…) qualquer um que afirmar existir “chavismo” ou “bolivarianismo” no Brasil está faltando com a verdade. É uma mentira deslavada que haja indícios de “venezuelização” do governo, para usar um termo caro aos jornais antes da vitória de Lula em 2002. E digo isso com dor no coração, porque gostaria que houvesse. Vou dizer por quê.

Se tivesse havido “chavismo” no Brasil:

– O governo teria investido na conscientização da juventude, que seria menos permeável à influência dos meios de comunicação e saberia muito bem as razões para ir às ruas protestar quando necessário;

– Teríamos concluído inteiramente o processo de reforma agrária, com o alijamento dos latifundiários do poder decisório em nosso País;

– Os médicos cubanos e de outros países já estariam há muito mais tempo atuando em lugares onde os médicos brasileiros se recusam a ir trabalhar e a saúde do nosso povo estaria bem melhor;

– A educação pública e gratuita teria máxima prioridade em detrimento do ensino privado, e consequentemente o analfabetismo teria sido eliminado: países “bolivarianos” assumidos, a Venezuela é, pelos critérios da Unesco, “território livre do analfabetismo” desde 2005, a Bolívia desde 2008 e o Equador desde 2009;

– Teríamos um salário mínimo com muito maior poder de compra (o da Venezuela, atualmente em 1024 reais, é o mais alto da América Latina);

– Algumas empresas privatizadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, de forma irresponsável, teriam sido reestatizadas;

– O Estado seria laico, sem qualquer influência de líderes religiosos na política e nos governos;

– O Imposto sobre as grandes fortunas já seria realidade;

– A Lei de Meios, capaz de democratizar os meios de comunicação, hoje concentrados em mãos de poucas famílias, teria sido aprovada;

– Nem se discutiria no País modificar a demarcação de terras indígenas; pelo contrário, os índios não estariam disputando seu espaço com latifundiários porque já teriam suas reservas garantidas;

– O PT estaria governando com o PSOL, não com o PMDB.

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25 respostas

  1. E o Eduardo Campos, também é contra o “chavismo”?

    Logo ele, que deve a refinaria em Pernambuco à parceria com a PDVSA de Chavez?

  2. Marina comeca a descobrir que esta numa eleicao para Presidente da Republica, e nao em uma reuniao para derrubar o sindico.

  3. “O PT estaria governando com o PSOL, não com o PMDB”
    O que será ela quis dizer com esta frase?
    Que o PSOL é melhor que o PMDB?
    Que o PSOL tem tantos votos quanto o PMDB no Senado e na Câmara?
    Que o PSOL é oposição ao governo do PT por decisão do PT e não do PSOL?
    Que o PT deveria rejeitar o apoio do PMDB, pois ter apoio no Legislativo não é importante?
    Que a ideologia “anti-PT” do PSOL seria útil ao governo do PT?

    1. Acredito que ela quis dizer que o país e a política já teriam mudado de tal forma, que o partido que encontra-se não precise, as vezes, jogar sua ideologia no lixo devido a necessidade de apoio no Congresso Nacional.

      Não creio que a aliança do PT com o PMDB seja por vontade, mas por necessidade. Talvez se as alianças pudessem ser por afinidades ideológicas, o PT realmente estivesse com o PSOL.

      Prefiro crer que no futuro isso ainda ocorrerá, e o PT poderá honrar sua bandeira vermelha. Na verdade, na minha opinião, disso dependerá o PT vir a cair no ostracismo ou não, futuramente.

      1. Se o PSOL tivesse 86 deputados e o PMDB 3, como é o PSOL hoje, pode ter certeza que a aliança seria com o PSOL. Aliás, quem dera se fosse assim o quadro.
        Nenhum petista gosta do PMDB, só que tem que aturar devido ao PMDB ser o maior partido e o mais influente na política brasileira.(além de uma corporação de interesses, não é Eduardo cunha?)
        Aliás, se o Plínio de Arruda Sampaio tivesse ganhado em 2010, ele teria que se aliar ao PMDB se quisesse aprovar alguma matéria, medida provisória ou LDO no congresso.
        O PT fez o que pôde, mas não dá para fazer um governo totalmente de esquerda num sistema político e eleitoral organizado pela direita como o nosso.

  4. Ta vendo Marina! Por sua causa ja comecou a fofoca, briga, discussao, calunia, traicao, perfidia, chingamento. E isso que voce queria Marina?

  5. A nota não é da Marina, mas do Pedro Ivo. Ele nega que tenha sido contra a aliança e que a motivação da Marina tenha sido por ressentimento ao PT. Não faz, porém, nenhuma correção em relação à expressão “chavismo do PT”, que pode até não ter saído da boca de Marina (uma forçada de barra da globo on line), mas que, de qualquer forma, não foi negada pela nota.

  6. Cambada de fofoqueiro! Ela nunca recebeu um tostao dessa safadeza. Ta vendo Marina! Eu vou ficar maluco!

  7. Quem disse foi o braço direito dela, seu principal assessor: que ela tem o “processo decisório caótico”.

    Agora que ela está na berlinda é melhor deixar de ser caótica, se é possível na idade dela.

  8. E quem entende o que a Marina fala? Ela enfia aquele tal de “programático” em tudo que diz. Quando ela não sabe o que dizer, ela taca um “programático” e todo mundo engole. É por isso que a chamam de Blablámarina.

  9. Marina. Eu quero saber, quem e esse tal de seu Madruga. Voce vai ter que me explicar tim tim por tim tim. Senao o couro vai comer. Tua chapa ta esquentando.

  10. Engraçado é a Marina falar em “acordo programático”: não há programa algum, nem da rede, nem dos dois partidos. “Programática” até agora é só a sua candidatura, jogando o Eduardo Camprilles pro escanteio.

  11. kkkk, toma Caiado, para quem floresta boa é floresta sem árvore, a marinárvore te passou a perna, deu uma rasteira bem dada kkkkk. mas eu sempre disse que ela não tem projetos factíveis, não tem postura de presidente nem perfil, é uma fundamentalista cristã, amiga de infeliciano, no ombro de quem foi chorar suas mágos. Dize-me com quem andas e te direi quem és!

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