Os sinais de desagregação de Jair Bolsonaro tornaram-se mais que evidentes nos últimos dias. Nada dá certo e nada dará.
André Mendonça, seu ministro “terrivelmente evangélico” no Supremo sequer “segurou” por um dia a batata quente da censura sobre o “imovelgate” da família, Eduardo Bolsonaro cobra a ausência do pai nos “santinhos” dos aliados e até Edir Macedo, da Universal deixa em branco nas “colas” que distribui a seus fiéis o espaço do voto presidencial.
Do lado oposto, proliferam-se as adesões a Lula.
Estivéssemos em tempos normais, seriam apenas movimentos naturais numa candidatura que está se dissolvendo diante da possibilidade de sequer passar ao segundo turno e os de “enchente” ao lado do favorito. Mas os tempos não são normais.
Há uma bomba relógio em marcha e não se sabe em quantos dias – talvez horas – ela detonará.
Marqueteiros e conselheiros da política, segundo se sabe, já estão jogando a toalha na luta por manter longe da boca do candidato o ódio que o inunda. A espinha dorsal de sua única estratégia – a de atacar Lula e emular o antipetismo na classe média – que são as redes sociais está quebrada, embora ainda capaz de lançar ataques baixos.
Pior, agora ainda disputam o espaço com o surto da campanha de Ciro Gomes, já sem nenhum pudor, repetindo memes e discursos do ex-capitão.
Resta-lhes agora a agitação de rua e a provocação de incidentes, e isso é tão certo como hoje ser sábado.
Não é nenhum mérito prever que isso não apenas será inútil como contraproducente.
A população está cansada do clima de conflito, divisão, do ódio que se tornou a atmosfera social, em níveis tóxicos e quer colocar um fim a isso.
Prepare-se para assistir um crescimento de Lula mais forte do que aquele que as pesquisas indicam, porque vai se avolumando a sensação de “estar de saco cheio” do mundo que Bolsonaro representa.