Jair Bolsonaro, até os cegos e os ingleses podem ver, é um perigo real para a democracia brasileira, tanto que o “mercadistas” do Financial Times reconhecem, em editorial, que há preocupação “com o fato de Bolsonaro estar tentando provocar uma crise entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário para justificar a intervenção militar”.
Mas também é evidente que seu poder para fazer isso está minguando e se reduzindo ao grupo de generais que, sabujamente, acham que ele pode ser o “cavalo de Tróia” para uma tomada de poder, à qual falta projeto, viabilidade política e aceitação internacional.
Os atos de hoje mostram que o poder de mobilização de uma classe média histérica por parte de Bolsonaro minguou até níveis próximos de zero, quando ficou inviável a ação coordenada de sua rede de fake news.
Afora incidentes típicos de provocadores ao final de manifestações, os atos democráticos de hoje mostraram uma situação que tem tudo para se expandir e alastrar-se fortemente, apesar da interdição da rua durante a pandemia.
E que o bolsonarismo se encolhe a uma dúzia de fanáticos selvagens e não tem força para dar apoio político a um golpe bem-sucedido e passa a depender, exclusivamente, de um “pronunciamento” militar sem causas que se possam alegar serem feitas contra a insurreição popular.
Os militares que não estão agarrados ao projeto bolsonarista estão vendo a instituição a ser transformada em mero coadjuvante do desejo de poder do presidente.
E o preço desta adesão é mais que a inação diante do cenário de morte e de dor do país, mas a sua criminosa negação.
Tomara que a hesitação causada pela possibilidade concreta de tornar-se cúmplice de um genocídio epidêmico faça refluir os militares de uma cumplicidade também no assassinato da democracia.
Estamos às portas de um desastre humanitário, que não poupará quem negá-lo, como fez com o bolsonarista que estava na iminência de assumir um alto posto no Ministério da Saúde para negar as mortes evidentes.
Por mais desqualificada que seja a camada militar que aderiu a Bolsonaro, a situação das Forças Armadas não permite, a esta altura, para assegurar-se que elas vão mergulhar numa aventura irresponsável.
Sem elas, Bolsonaro entra num restado de deterioriação que não tem saída.
15 respostas
Dizem que as manifestações de 2013 derrubaram a Dilma. só que as manifestações contra o sargento general apenas de hoje,são maiores que a soma de todas aquelas de 2013.
E aí, o congresso, o STF e o STE, estarão esperando o quê?
Até o professor particular de Burrologia do presidente zoófilo, o abandonou hoje.
Congresso e STF estão esperando a bolsa cair e o dólar subir. Enquanto a FIESP não embarcar no movimento, não vai ter impeachment.
Pelo andar da carruagem, cada dia que passa, fica mais evidente que o Brasil não em Exército, tem Polícia Fascista, pronta para bater e para matar o povo brasileiro.
80 tiros no carro de uma família e dois mortos e NENHUM preso não foram suficientes pra mostrar isso?
Os militares brucutus de 64 levaram 21 anos para serem desmoralizados e, em seguida, derrotados. Conseguiram, pelo menos, se manter impunes por crimes de lesa-humanidade, estupradores, torturadores e assassinos que foram, como o famigerado Ustra..
Os atuais brucutus delinquentes, herdeiros e, alguns deles, descendentes ou até remanescentes – como Mourão, Heleno et caterva – dos brucutus de 64, não levaram nem um ano e meio para quedarem desmoralizados por muitas razões, entre os quais:
— a) montagem de uma horda de, por enquanto, mais de 3 milhares de militares delinquentes no governo, muitos deles já corruptos ou a caminho acelerado disso – como bem o demonstra a parceria criminosa com Roberto Jefferson e outros bandidos políticos -, todos eles ávidos por roubar ou mamar dinheiro nas tetas dos contribuintes, nosotros;
— b) mando, comando, co-autoria ou apoio explícito e cumplicidade para a atual experiência nazista de genocídio do povo brasileiro, primeiro, fazendo por maximizar as mortes por uma doença, e, segundo, estando prontos para promoverem, se necessário, um banho de sangue – os tais 30 mil ou mais tão citados pelo Genocida -, diretamente ou deixando fazer por policiais e milicianos;
— c) subordinação total a um estado estrangeiro, transformando o país numa neo-colonia em pleno século 21, entregando as riquezas da nação e semi-escravizando o seu povo.
Desmoralizados em tão breve tempo, os atuais brucutus serão derrotados em tempo mais breve ainda pelo povo brasileiro, e dessa vez, não alcançarão a impunidade dos seus brucutus antecessores de 64 e serão levados aos tribunais penais locais ou internacionais para serem julgados por corrupção, crimes de sangue, formação de milícias e crimes de lesa-pátria e lesa-humanidade, entre tantos outros.
Al Capone foi pego por não pagar impostos.
Às vezes o caminho indireto é o melhor ou o único.
Acredito que deveriam ser movidas ações de indenização contra a União, pelos atos de Bozo e ministros na pandemia: morte de pessoas, desamparo de famílias, etc… E já deixando claro, desde o início, que, após a condenação, será EXIGIDO que o Governo (que poderá inclusive ser outro) mova a competente ação regressiva, para obrigar que as pessoas físicas de Bozo e dos ministros reembolsem a União.
A ação regressiva têm que existir, face ao poder/dever da administração. Isso fica mais nítido no caso atual, em que os referidos agentes políticos estão agindo ou com dolo, ou com dolo eventual, ou com culpa grave, pois contrariam recomendações técnicas de organismo internacional.
Como vimos hoje, no caso do Olavão, essa pode ser uma poderosa arma de dissuasão de “malucos”.
Duvido que Bozo e Cia. vão ficar tranquilos com a possibilidade de perderem tudo o que têm. Já que presos eles acreditam que não serão, no que provavelmente têm razão (infelizmente). Lembre-se, inclusive, que se tiverem falecido quando do desfecho, o patrimônio transferido por herança responde da mesma forma.
Gostaria muito que tudo fosse tão simples. O abandono do Botolini não significa migração dos estratos médios de volta à social-democracia, da qual o maior representante é incontestavelmente o PT, mas da busca pelos endinheirados de uns serviçais melhores. Isto porque os donos do poder não temem perder peões, desde que ganhem o jogo e o poder financeiro neoliberal continue a impor-se goela abaixo do nosso mercado de consumidores. E, sempre que necessário, a direita soprará o poderoso dog whistle do antipetismo: “mentem sempre, são bandidos, são corruptos”, etc. Que funcionará, como em 2014, mas desta vez sem Lula para virar o jogo nos segundos finais. E não é concebível uma política de reformas baseada no Estado Social sem seu maior representante político.
Só concordaria com a visão otimista do texto se começasse a ver a direita que pensa agir conforme a necessidade imprevista da presença do Estado Social motivada pela pandemia, como ela tem discursado. Mas o que ouço não é o que vejo, muito pelo contrário, o discurso guarda sempre distância ao gesto. A mim, parece mais com a cenoura brandida diante de um burro, mas caso não funcione o rebenque resolverá, desde que em mãos experimentadas. O efetivo desmonte da figurinha pseudo-cesarista do sargento de milícias está ocorrendo rápida e facilmente, por méritos dele e dos seus, mas só vou ver algo positivo quando pesquisas sobre apoio político avaliarem o nível de persistência do antipetismo como força decrescente. Caso contrário, entendo que continua a marcha da insensatez e há o risco de saltarmos das mãos do capitão para os braços de um coronelão. Com enxada, voto e tudo.
Eu acho que na verdade são os Milicos que governam .
O Miliciano como vários ministros é a cortina de fumaça e o boi de piranha quando a coisa dar merda .
A melhor coisa destas manifestações foi a ausência compulsória dos partidos de esquerda. “Lideranças” tipo Lula, Haddad, Ciro, Manuela e outros tão relevantes que até esqueci o nome (em muito breve estes também estarão esquecidos) devem estar como a venus de Milo de tanto roerem as unhas de inquietude, inveja e indignação. Esta gentalha da esquerda partidária com mentalidade de classe média, com os gambitos trêmulos de medo e batendo os joelhos uns contra os outros, só entendem movimentos de rua se houver um palanque onde eles estão encima deitando falação e os “de baixo”, o populacho imbecil que endeusa os “líderes” sem o menor senso crítico e inteligência analítica, repetem louvas programáticas.
Sim isentão, do meu partido é o Brasil, da lógica apartidária tão cínica e suja quanto a covardia de moleques tipo MBL, Amoedo, Luciano Hulck e quetais. Canalhada de direita mau disfarçada.
Toda vez que se fala em independência, liberdade, autonomia e inteligência você tem esse chilique?
Olha o isentão, do meu partido é o Brasil, independência, inteligência, liberdade e autonomia, kkkk, sinônimos bregas dos mau disfarçados apartidários. Segue disfarçando mais, pois seu papel de capacho da burguesia ladra está muito evidente. Lucianos, Moros, Ciros, Amoedos e outros não se farão não. Podem fazer milhares de vezes mais…e seguirão sendo isso, capachos da direita ladra.
Militares da AL são cooptados desde sempre por governos gringos.
São cursos em escolas militares gringas, operações internacionais, prêmio em dinheiro para general que derrubou Evo e, agora, até o comando (sub) da 4ª frota sediada em Jacksonville, Flórida.
E neste instante, mesmo, 3.000 deles estão dentro desse governo entreguista e genocida.
Como sair disso?
O FHC não pode ver dois nomes de presidenciáveis, que logo enfia o Huck entre eles. Ele deve pensar: Se com mentiras elegemos o Collor, a mim e o próprio Bolsonaro, porquê não elegeríamos o Huck também com mentiras? Para tanto, seriam capazes de tornar o Huck no mais autêntico progressista, lobo neoliberal em pele de cordeiro trabalhista. O fim é o mesmo: Tentar evitar que os progressistas retornem ao poder, para retomar o caminho do progresso com justiça social. O fato é que o Huck na presidência é tão absurdo quanto Bolsonaro na presidência.
Não acho que seja a classe média nessas mobilizações. A ampla maioria é de trabalhadores, inclusive os membros das torcidas organizadas.