Bolsonaro manda seus recados

É muito raro que ocorram, na política, movimentos sem consequência.

Ontem, Jair Bolsonaro fez vários, todos na mesma direção e, certamente, haverá quem os leia com seu efetivo significado.

O primeiro, na substituição do insustentável Ricardo Vélez, em que poderia ter apontado para uma abertura para fora do círculo estreito do bolsonarismo mais radical. Não o fez, manteve a extrema-direita no controle da pasta, sossegou o olavismo e o liberou para continuar fustigando os militares. Ontem, Olavo de Carvalho recebeu Marco Feliciano, que ameaça pedir o impeachment de Hamílton Mourão por “traição” a Bolsonaro.

Os dois outros foram à noite, na entrevista que deu para a emissora oficial do governo, a Jovem Pan. Começou com uma pergunta de saída fácil – “é muito cedo para pensar em sucessão” e disse que “é grande a pressão” para que se candidate à reeleição.

Como em lugar nenhum se viu esta “pressão” e as pesquisas, ao contrário, apontam-lhe crescente rejeição e não aclamação uníssona, “Bolsonaro 2022” (ou até um Bolso Forever, autoritário), este movimento, se existe, é interno, de seu próprio grupo.

O mais provável é que seja, mesmo, um sinal, quase um rosnado, para que Rodrigo Maia e a João Dória “se comportem”. Dória, recordem-se, ofereceu-se como cabo eleitoral de Bolsonaro no ano passado e foi recusado.

Outro recado foi o que deu ao afirmar que deve ao filho Carlos e seu papel de incendiário das mídias sociais a sua eleição ao governo e que este “merecia estar no Ministério”. Como, pela legislação vigente, isto é impossível, a declaração equivale à sua designação como “Ministro ad hoc” do governo.

E isso significa que não mudará o seu perfil de “tuiteiro radical”, confrontador e sectário. Bolsonaro “Paz e Amor” é apenas uma fantasia ocasional e cada vez mais alegórica, porque nela já quase ninguém acredita no meio político.

A “mulheres de malandro” no parlamento são malandras o suficiente para cobrarem caro por cada bofetão.

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27 respostas

  1. Nojo define. O estafermo acredita que foi o filho que colocou ele lá. Foi uma quantidade enorme de analfabetos políticos, uma parte que votou e a outra que preferiu fazer cara de paisagem.

    1. Qualquer “coisa”, coisa mesmo, valia “para acabar com nossa raça”, “tudo, menos o PT”. Esse é o raciocínio e a lógica que presidia e guiava, preside e guia os promotores pelos caminhos Golpe de Estado e da mudança do regime, pelos descaminhos e pela destruição do país, de sua gente.

    2. Ele foi responsável pelos crimes de internet que lhe garantiu a massa estúpida. Mas não pode jamais esquecer do STF e do judiciário em geral e da mídia que lhe dei cancha e alívio.

    3. Quem colocou ele lá não está em solo brasileiro. Por qual razão o cervejeiro bilionário foi agora levar o Mourão para fazer uma sabatina nos Estados Unidos? Por que não o levou para a Suíça? É claro que estão testando o Mourão para ver se ele pode substituir o Tragedianaro. E sua aprovação na sabatina vai depender dos compromissos que ele venha a assumir, entre os quais a entrega de tudo aquilo que convier aos neo-colonizadores e também uma posição de apoio real e substancial a uma possível futura invasão americana de nossa geniosa vizinha do Norte, a Venezuela. Mourão está na maior encruzilhada de sua vida, e está levando também o Exército de Caxias à mesma encruzilhada.

      1. O que é bom para a Suíça não é bom para o Brasil, segundo o cervejeiro.

        Ele vive NA Suíça, mas vive DO Brasil.

        1. Depois que comprou a Budweiser, ele assumiu o compromisso de ser 100% americano, já que o americano médio reagiu com fúria à venda de sua mais famosa cervejaria a estrangeiros. .

      2. Exatamente. É claro que as midias tradicionais e as redes sociais ajudaram a manipular as cordas que movimentou as marionetes, evento tão magistralmente registrado no desfile de 2018 da Paraiso do Tuiuti. Assim como os setores religiosos de todas as vertentes, pq se os evangélicos se manifestaram pró elenão abertamente, as outras denominações se calaram. E quem cala, consente, pq estava claro como o sol o que estava por vir. Por trás de td isso, os interesses do grande capital, que enxergou em cada acontecimento pós jornadas de junho de 2013 uma oportunidade para destruir todo o avanço conquistado após a eleição de Lula e se apropriar de todas as riquezas do Brasil. Sobre o papel de Mourão, faz pensar no pq o EB tem aturado com muita delicadeza os desaforos do “FILOSOFO ou PROFESSOR”, e que Deus tenha piedade desse País, chamado Olavo de Carvalho. É um teatro, apenas. O eleito deve ficar até que a renúncia não tenha efeito de novas eleições, pra que os militares retornem ao poder em definitivo através do voto popular. O que me causa espanto é que os anteriores eram nacionalistas. Esses, ao que td indica, não são. A tranquilidade com que aceitaram o tratamento impetrado ao Marechal OThon é um desses mistérios que só a história será capaz de solucionar. Acredito mesmo que daqui a 12 meses ou mais, O eleito pedirá pra sair. E aí, vai ser Mourão na cabeça. É um palpite. Vamos ver o que vem por aí.

    4. Se o Bolsonaro, em um mesmo recado, diz que vai rever as demarcações indígenas e ao mesmo tempo que vai explorar a Amazônia juntamente com os americanos, ele certamente não está falando em tese. Ele deve ter em vista uma determinada demarcação indígena, ou uma determinada reserva florestal nacional, e também algum interesse específico que lhe deve ter sido passado por setores empresariais americanos. Qual será esta demarcação?

      1. Li em algum lugar que a Amazônia possui um aquifero infinitamente maior do que o Guarani. “https://www.fenae.org.br/portal/fama-2018/noticias/fica-na-amazonia-o-maior-aquifero-do-mundo-capaz-de-abastecer-o-planeta-por-250-anos.htm.” Aí está um link sobre o assunto. Também li em algum lugar, que a próxima guerra mundial não será pelo petróleo, mas pela água. Some essa riqueza hídrica ao pre-sal e a nossa proximidade com a Venezuela e a resposta à sua pergunta é que por mais que outras riquezas possam ser ali exploradas e certamente serão, nossa soberania está devidamente hipotecada. “Como as nossas mais belas tribos, dos mais belos indios”. Os norte americanos sempre odiaram os indios. E o eleito, como todo bom subproduto degenerado…

  2. Interessante saber que a rádio Jovem Ku Klux Klan também faz parte da rede semi-oficial de comunicação do miliciano golden shower.

    1. a Pan sempre foi a rádio da direita paulistana, dos últimos fiéis da antiga ditadura, último bastião do malufismo, e agora dos fãs do Tio Rei e todos os subprodutos da revista das páginas amarelas e do velho e sempre jornalismo marrom renomeado com o novo anglicismo da moda(o fake news) e multiplicado a enésima potência com os novos meios

  3. Tem tanto ministro MERDA, que mais um não faz a mínima diferença.
    Estamos FODIDOS e MAL PAGOS !

  4. O novo ministro do MEC é condizente com o contexto:
    “O nosso super-ministro tem essas raízes, e navega na solidariedade com os interesses financeiros. Passar a previdência para o controle dos bancos privados, desvincular as receitas do Estado para que possam se apropriar do financiamento da educação, saúde e outras políticas sociais, buscar a apropriação da gestão do FGTS – tudo em nome de reduzir o déficit do Estado, aumentando o rombo que precisamente os bancos geram, é bastante coerente”.
    https://jornalggn.com.br/noticia/dowbor-paulo-guedes-representa-interesses-da-elite-financeira-que-ajudou-a-enriquecer/

  5. Enquanto isso, a PUC-RS realiza um seminário com a participação, via tele-conferência, do “filólogo” (mistura de filósofo com astrólogo) Olaf von Oak. É de matar que alguém ainda dê ouvidos à esse pulha.

    1. Melhor chamar de “astrósofo” porque filólogo existe e Cavalo de Orvalho não tem envergadura para ser um.

    2. Não xingue os filólogos, pelamordedeus! ;)

      Filologia é (segundo a Wikipedia) “o estudo da linguagem em fontes históricas escritas, incluindo literatura, história e linguística”.

      Antônio Houaiss era um grande filólogo.

      Olaveco não merece tal honraria. Ele é FIOFÓLOGO, ainda mais levando-se em conta a fixação anal na liguagem dele – sem falar nos seus ensaios, que são verdadeira “diarreia mental”.

  6. O número do grupo do burro no jogo do bicho vai mudar. O novo número do grupo do burro passará a ser 57.797.847

  7. A logica do Bozo é a seguinte: a educação pública no Brasil dá prejuízo, por isso precisa gerar lucros, assim como a saúde já enriquece uma casta milionária. Educação e saúde públicas são coisas de comunistas, ensina o teórico revolucionário da ultra direita, Olavo de Carvalho. Para isso é necessário a desvinculação da educação do orçamento obrigatório. A tarefa do recém nomeado ministro da educação consiste em articular a aprovação do orçamento sem vínculo com a educação e saúde públicas. Sobrando dinheiro público para dar aos mais ricos. Assim os recursos do orçamento da União sai da educação pública para o interesse de terceiros, ou seja, privados, investirem nos seus interesses, inclusive no mercado de capital. Assim como na previdência.
    Mais desemprego, menos dinheiro circulando, mais pobreza. Comemorem eleitores de Bozo!

  8. Muito bom, Fernando. O melhor de tudo foi a última linha. Coisa de romance policial dos bons.

  9. já viu, né? eles tem q dar errado, pq caso contrário não mais largarão o osso… serão 8 do bozo aí vem o carlucho com o primo índio e mais 8 etc Agora, eu adoraria ver como seria o tal do ‘impítin’ do Mourão.. ficaria bem visivel como é a correlação de forças malignas q nos assomabram

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