Para manter as recompensas aos parlamentares do ‘Centrão’ que fazem a base de sua reeleição, Jair Bolsonaro cortou 95% dos valores do Orçamento do programa Casa Verde Amarela, criado em 2009 pelo ex-presidente Lula.
Dos R$ 665 milhões previstos para o ano que vem – o que já era pouco – sobraram apenas R$ 34 milhões, o que nem de perto atende as obras em andamento e não permite, é claro, que se faça qualquer coisa para suprir o déficit habitacional de 5,9 milhões de moradias do país.
Em reportagem do G1, o Ministério da Economia confirma o corte e diz que algo pode ser recomposto no Congresso, segundo ele ” o ambiente legítimo, e com certeza, sensível aos anseios e escolhas da sociedade em torno das políticas públicas consideradas mais relevantes”. Isto se daria, vejam só, com parlamentares definindo obras habitacionais como destino de suas emendas “secretas” e, portanto, se tornando “donos políticos” de conjuntos de prédios ou casas para os mais carentes.
Farmácia Popular, Maia Médicos e Casa Verde Amarela, tudo teve suas verbas degoladas, para saciar o apetite da maioria parlamentar que tem tudo para se manter no poder, exatamente por ter sido quem, com suas emendas, pode executar políticas em lugar de um governo que abriu mão de suas responsabilidades para fazer “guerra ideológica”.
É claro que ele diz e diráque vair corrigir, fingindo que não foi ele quem, há dias, assinou uma proposta orçamentária com todos estes cortes. O que parece é que jogou a toalha na disputa pelo eleitor mais pobres, a quem, sabe-se lá, talvez considera ingratos por continuarem votando em Lula apesar do aumento do “Auxílio Brasil”.
