Bolsonaro teve seu dia de ‘7 a 1’. Sem 1…

Não há qualificativo mais adequado para a humilhação sofrida ontem por Jair Bolsonaro do que avassaladora.

O vídeo publicado pela Folha, sincronizando o discurso de Alexandre de Moraes ao tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, aplaudido de pé por uma plateia de figurões da República e a expressão inerme e solitária do chefe do Executivo no centro da mesa de autoridades (assista ao final do post) mostra mais que 46 segundos de absoluto massacre da arrogância presidencial.

Mostra a “devolução”, com palavra educadas e bem urdidas, do “canalha” que, um ano atrás, foi lançado por Bolsonaro contra Moraes, sem que este pudesse reagir, enquanto o ex-capitão saía a desfilar, diante de seus apoiadores, como o valentão vitorioso. Embora, é verdade, já na noite daquele 7 de setembro, fosse dar um passo atrás, achando que já fizera o seu teatro e, agora, precisava de fôlego para um novo ato, maior e mais ousado, até o epílogo golpista pretendido.

Ontem, porém, foi um “7 a 1”, sem 1.

E, pior, diante do olhar impassível do seu adversário, o ex-presidente Lula.

Este, esperto como é, certamente saiu do auditório convencido de Jair Bolsonaro voltará do corner furioso, tentando mostrar o quanto é forte e ameaçador, mas tem as pernas bambas.

E que, por isso, deve evitar uma troca alucinada de golpes, que serve mais ao oponente desesperado que a ele.

Não, a hora não é de levantar os braços e comemorar uma vitória antecipada, até porque não há fair-play em lutas de “vale tudo” e não se dá as costas a uma víbora.

Mas não há como evitar a impressão de que, ontem, viu-se um Bolsonaro zonzo e inerme, justamente quando se abre a contagem.

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