A cabeça de Torquato Jardim vai rolar

torquatorola

Na entrevista que dá a  O Globo, onde reafirma a sua acusação de que  “os comandantes da PM (no Rio) são sócios do crime organizado”, o Ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que “que não falou em nome do governo federal.

— Fiz uma crítica pessoal. Mas, se estou errado, que me provem. 

É verdade, mas o ministro não é um tolo que acha que pode falar em público em termos “pessoais” ocupando o cargo que ocupa.

Torquato não falou em nome do governo federal apenas porque  logo, logo, não fará mais parte dele e sabe disso.

Tanto que suas declarações não deixam abertos espaços para recuos estratégicos na base do “não foi bem isso” ou “houve um mal-entendido”.

Jardim tem experiência jurídica para saber que o que disse, mesmo com toda a leniência que existe no Brasil, traria consequências.

E já exibiu duas das cartas que tem para por na mesa: o vazamento de uma operação destinada a prender um traficante, que foi avisado e não foi ao lugar de costume, um jogo de futebol, na data em que sempre ia e o “sumiço” da ação que prendeu 93 policiais-militares por envolvimento com o tráfico.

Portanto, puxou os fios da meada para  a apuração sobre “toda uma linha de comando que precisa ser investigada” na polícia e no governo do Estado.

Governo do Estado que é do PMDB de Michel Temer, e que , com os aliados da base governista, soma 20 votos na Câmara. O suficiente para fazer o atual ocupante do Planalto perder, inclusive, a maioria simples de 257 deputados.

Não é difícil prever o desfecho desta história e não é difícil ver que Jardim apostou em ter como algoz  o governador Luiz Fernando Pezão – um cadáver político, mas ainda gestor da massa quase falida de cargos estaduais -, o que lhe garante simpatias, junto com o tema, e a certeza de voltar a se mover com a vaidade que o caracteriza, no meio jurídico.

Além do mais, sua missão de agir por Temer no TSE – no STF, o bastidor é feito pela ascendente Advogada Geral da União, Grace Mendonça – está conclusa.

E presença de Torquato Jardim no Governo, portanto, também está.

contrib1

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8 respostas

  1. Se esse ministro tem provas do que disse, por que ainda não fez nenhuma denúncia? Isso não seria conivência? Eta país de merda.

  2. Melhor ele sair do país. Sabemos que o crime organizado não comanda apenas as “comunidades” no RJ mas o país todo. Aliás, qualquer criança nascida e criada nas favelas e perifas das grandes cidades brasileiras já aprendeu essa lição há tempos, ensinada desde as fraldas. Falta o restante da sociedade compreender, só isso.

  3. Acho que tem muito de torcida e de bravata nesta postagem. Uma vez mais, tudo que revela a podridão no estado do RJ conta com a imediata reprovação do jornalista.

    E se diz de esquerda!

  4. O esquisito não é a constatação do óbvio, é lavar a roupa suja na imprensa. Se o cara é ministro da Justiça teria as ferramentas para emparedar o governador do Rio, extremamente fraco, obrigando-o a fazer o que o governo federal quiser, como trocar o comando da PM, em vez de bater boca. Parece estar criando um clima para intervenção das FFAA’s no estado do Rio de Janeiro mais avançado do que a GLO, talvez decretar o Estado de Defesa no Rio (e… toc, toc, toc… abrir caminho para o Estado de Sítio nacional). Só que na vigência do Estado de Defesa ou intervenção federal em Estados, a Constituição não pode ser emendada, tirando oxigênio de Temer e do Congresso junto ao poder de fato atrás do golpe: o chamado “mercado”. Tem algo muito esquisito no ar.

    1. Dado o silêncio de Jungmann, Etchengoyen, Raquel Dodge e do próprio golpisto, e a reiteração de Torquato, dois cenários possíveis:
      1) Ou Torquato está combinado com Temer (que está providencialmente de cama para não ter que dar declarações) e aí o objetivo seria criar uma pauta “positiva” populista na segurança pública, com intervenção federal no Rio deflagrando a política estadunidense de “guerra às drogas”. A busca de inimigo para governos impopulares não é novidade. Galtieri na Argentina invadiu as Malvinas em busca de apoio popular (deu azar Margaret Thatcher também estar em impopular e guerra foi a oportunidade dela se recuperar e reeleger-se).
      2) Ou Torquato está combinado (com quem?) contra Temer para dar mais poderes às FFAA, jogando água no moinho da próxima fase do golpe, que pode nem destituir necessariamente Temer, mas pode submetê-lo à outro núcleo de poder (o armado) que, de alguma forma, pode estar insatisfeito.

  5. Nesse assunto de tráfico, existe também um certo sujeito que quase conseguiu se eleger presidente da República.

  6. A acusação já foi feita e ela é mais abrangente quando se trata do nível federal. O governo Temer é o próprio exemplo, ao ser apoiado por parlamentares bandidos e corruptos.Talvez o ministro tenha sido descuidadoso com as palavras ou convencido de seu poder ministerial para falar o que bem quiser. E começou por colocar o chocalho no estado do Rio de Janeiro que está sendo governado por um incompetente sem personalidade politico/administrativa. Acontece que o Rio de Janeiro tem o 2º colégio eleitoral do país, coisa que não se pode ser desprezada pela direita.E isso abre espaço oportuno para a caravana do LULA trafegar sob aclamação da sua população sempre educada e festiva, com proteção policial e sem ser incomodada pela turma do MBL, pelas milicias do Bolsonazi e outros trastes aloprados.

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