Ontem se disse aqui que Paulo Guedes estava às voltas com um “cata-cata” de recursos para dar aparência de “equilíbrio fiscal” no tal “Big Bang” social do qual pretende ser pai, sob o olhar ansioso de Jair Bolsonaro, ávido por frutos, em popularidade, entre os mais pobres.
Nada de errado em ampliar-se o Bolsa Família, ou mesmo em criar um programa de renda mínima, embora um ou outro devessem estar ligados a condicionantes de avanço econômico e social. Mas não é isso que está em questão.
Na igreja de Paulo Guedes – e de Jair Bolsonaro – os ricos são sagrados e os pobres uma massa que se quer fiel e manipulada.
Hoje, no Extra, a experiente repórter Geralda Doca e Marcelo Corrêa informam que a “mão boba” de Paulo Guedes, além do abono do PIS, do salário-família, do seguro defeso dos pescadores e da Farmácia Popular dos doentes crônicos, quer também surrupiar a tarifa social de energia elétrica, que subsidia o consumo básico de eletricidade de domicílios com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo, idosos e deficientes inscritos no programa de Benefício de Prestação Continuada e as populações indígenas.
Ou seja, em tudo é a mesma “técnica”: dar aos pobres, tirando dos pobres.
Se fosse apenas uma conta de soma zero, mal, mas menos mal. O pior é a total desorganização que se está fazendo da economia, acabando com a previsibilidade de arrecadação, de encargos, de receitas, de negócios.
Bolsonaro tomou gosto pelo seu “quem quer dinheiro?” e Paulo Guedes se sente autorizado e propor a devastação de todos os programas sociais existentes para abastecer o “Bolsa Bolso”.