Se adiantasse alguma coisa para quem parece disposto a urrar, não a pensar, seria boa a leitura da Folha de hoje aos defensores de uma intervenção militar como forma de “restaurar a moralidade” em nosso país.
Afinal, podem não acreditar nos que viveram aqueles tempos mas, canino que é seu comportamento, hão de dar crédito a documentos estrangeiros.
Não abriram o bico com os papéis do Departamento de Estado norte-americano que revelavam os assessinatos políticos e não vão abrir com a descoberta de papéis mantidos até agora em segredo pelo Reino Unido falando em corrupção justamente numa atividade militar: a contratação da construção de fragatas para a Marinha brasileira.
Coisa tão “cabeluda” que o governo militar brasileiro não quis receber 500 mil libras ( R$ 15 milhões, em dinheiro de hoje) oferecidos espontaneamente pelo governo de Londres como ressarcimento ao sobrepreço verificado na aquisição dos navios.
Não importa que todo mundo saiba que fortunas – e mais civis, até, que militares – se fizeram sob a ditadura, nem que tenha sido sob ela que se deteroraram as condições de segurança pública. É preciso “lembrar de um passado que não existe” para tornar atraente o caminho da insensatez.
17 respostas
A única novidade nessa campanha contra a “corrupção” foi ver renascer 50 anos depois o udenismo mais raivoso e primário, quase como uma repetição do passado, apenas com umas tintas um pouco mais vulgares. Substituíram apenas o catolicismo beato de fachada pela meritocracia de fachada, ambos anti-democráticos e defensores de privilégios indefensáveis e inconfessáveis numa das sociedade onde a riqueza e as oportunidades estão mais injusta e injustificadamente mal distribuídas, uma “monstruosidade social”.
Existe um Brasil real e outro virtual, criado pela lavagem cerebral da mídia atuando sobre um caldo cultural terrível. No Brasil virtual dos idiotas a culpa do caos atual é do PT, a culpa da violência no Rio é do Brizola e no tempo da ditadura éramos todos felizes.
Imperdível a leitura das páginas amarelas da edição nº 644 da insuspeita revista veja, datada de janeiro de 1981: A reportagem completa está aqui sobre o caos na segurança pública na época do governo militar: https://imgur.com/a/7sYTS
Corrupção tem em toda a parte, mas é cruel quando fazem uso sistemático de um falso combate a ela para tentarem estabelecer no país os marcos de sua própria destruição. É inacreditável que os militares de hoje ainda acreditem na história furada de que a Odebrecht teria pago ao PT 17 milhões de reais “por conta do contrato para participação na construção do submarino nuclear brasileiro”. Não é possível que alguém ponha crédito nas já famosas planilhas da Odebrecht, conhecidas por serem produzidas por escancaradas fraudes. Tacla Duran está aí mesmo para provar isso, e os peritos também. Nas matérias dos jornalões de direita, no afã de tentar mistificar, chegam até a dizer que o projeto, orçado inicialmente em 6,7 bilhões de euros, está agora em 31, 85 bilhões de reais. Como se o leitor desavisado tomasse euros por reais. Pelo câmbio de hoje, a conta é exatamente a mesma. Nas manchetes, esta matéria não trouxe o condicional, embora se tratasse de uma mera delação. As manchetes diziam “Odebrecht pagou 17 milhões de propina” e não, como seria jornalisticamente correto, “Odebrecht teria pago 17 milhões em propina.” Todas as manchetes de todos os jornais inimigos do PT, o que chega a configurar um crime. Essas delações estão a ponto de serem totalmente desmoralizadas e desacreditadas, não só por suspeitas graves de negócios por trás delas, como também pelo fato de que o sujeito só tem a delação aceita quando aceita delatar do jeito que querem que ele delate. E neste caso o coitado do delator mistura números de doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores com histórias de briguinhas por propina, tudo muito inacreditável. E o envolvimento do Almirante Othon, para tentar comprometer ainda mais o pior inimigo dos americanos no país, é feito de modo tão gratuito e forçado que chega a dar nojo. Se tratou-se de uma assessoria, sobre matéria que os ignorantes nada conhecem, é óbvio que o Almirante cobrava até muito pouco por uma assessoria extremamente valiosa. Senhores militares, não dá mais para que os senhores acreditem em patranhas como estas. Elas se destinam a fazer intrigas entre vocês e quem realmente ama e defende o Brasil que eles querem destruir, e estão a destruir, porque não o amam e acham que viverão melhor dos despojos vergonhosos daquela que já foi a sexta economia do mundo. Graças aos governos do PT.
Há uma parcela minúscula, praticamente microscópica, dos militares do Alto Comando que ainda hoje, pensam o país de forma realmente estratégica e nacionalista, colocando a razão de ser dos projetos estruturantes de defesa à frente das convicções políticas pessoais e vaidades com o cargo.
Porém, a maioria (e ouso a dizer isso, por possuir parentes oficiais e sub-oficiais nas 3 Armas) está mais preocupada é com o falso moralismo de goela, seu próprio carreirismo (“caiu no bolso”, tá bom) e um suposto “esquerdismo” nas políticas públicas (mesmo que o atual esteja mostrando o lado oposto e cruel, do pior direitismo à brasileira).
Trocando por miúdos, só fazem olhar o próprio umbigo e deitar falação sobre moral e ética, quando os suspeitos são vermelhos. Aécio é um lixo descartável para eles agora, do qual não vale à pena perder tempo falando mal, pois votaram no mesmo, por puro e simples anti-petismo.
Golpistas esquecem que foi nos governos do PT, com Jorge Hagi, na CGU, que se propôs e aprovou a criminalização do corruptor (empresas) e o instituto da delação premiada. Pena que foi desvirtuada e usada como instrumento do GOLPE.
Também se equipou a PF em recursos humanos, tecnológicos e logísticos.
Pelo visto, pros trouxinhas, melhor sem investigação e sem transparência, pois assim vivemos uma hipocrisia mais tranquila.
Por isso acho apropriado chamar de “golpe empresarial-militar de 1964”.
A QUESTÃO do Brasil é pior que corrupção. O que o General Andrada Serpa falou sobre o golpe em 64 vale pra 2016:
“EM 64 nós amarramos a vaca para os Americanos mamarem”.
Sabe o motivo de não ter corrupção na ditadura? Eles sumiam com quem denunciava. Sem denúncia não existe corrupção, simples assim. Logo, roubalheira na construção da Ponte Rio Niterói não existiu, como também não existiu desvio de recursos públicos na construção (inacabada) da Transamazônica). A construção da Hidrelétrica de Itaipu foi um altar de anjinhos barrocos, onde cada centavo foi tratado com carinho celestial. Coroa Brastel, nem sei o que foi, mas me parece mais uma boa ação da ditadura empresarial militar, mãe biológica de Paulo Maluf.
Vai coxinha, pede Intervenção Militar, pede.
Hoje em dia, só é ignorante quem quer ser, pois, se todo zé-ninguém, pobres para comprar comida, sabiamente tem seu celularzinho com Internet, e pesquisar não ofende, não há como justificar essas bandeiras levantadas em favor de uma intervenção militar, se essa gente soubesse alguma coisa daquela História triste.
Corrupção houve, e muita. Sem contar a Globo que o Universo conhece como pôde, desde os anos 70 se tornar um império das comunicações, com o dinheiro do povo, citaria apenas uma figurinha ainda viva, muito cobiçada na Economia, que também se apropriou do dinheiro público e ficou riquíssimo, denominado Delfin Neto. Além dos militares, todos que participaram daqueles governos, se não morreram de morte matada, morreram de velhos, mas nenhum saiu sem levar o seu quinhão.
Não é de admirar a corrupção entranhada também entre os militares, se esse veneno está no corpo e na mente de quase todos que governam os variados países do mundo. Vejamos que ontem o primeiro ministro da Espanha foi defenestrado por essa razão.
Boa parte da população que pede intervenção militar tem ilusão por uma solução mágica para seus fracassos pessoais e familiares. Diz que a educação e a cultura andam soltos e os valores se perderam. Se formos analisar, não dão conta nem de fazer o dever de casa, que seria cuidar de seus filhos com alguma moral. Projetam, então, a culpa num vilão externo, o governo, a esquerda libertina, uma pseudo falta de valores dos dias de hoje. Como se, no passado, a juventude de então, fosse santa. Na realidade, não querem assumir a responsabilidade pelo insucesso de suas vidas, por suas famílias desestruturadas. E a responsabilidade é exclusiva deles mesmos. Quem fica procurando bode expiatório para seus problemas, além de meio paranóico, nunca vai evoluir, pois sempre haverá um outro “mal” causador de suas mazelas. Vitimização com delírio de perseguição e comportamento violento para com o diferente. Governo nenhum, de espectro ideológico algum, será suficientemente bom para essas pessoas!
“É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar de si mesmo.” (Sócrates)
Se os empresários falassem…Mas nós fomos seus empregados. E nós vendemos os produtos e serviços para o Governo, FFAA e empresas estatais nos “Anos de Chumbo”.
Nós sabemos exatamente como era… Milhares de brasileiros sabem como era!
Isso é o PIG tentando destruir seus monstros amados…
O problema disso é que junto aos seus monstros amados, vão-se seus leitores pagantes…
Eu não compreendo de onde e quando surgiu esse mito de que os militares foram bons gerenciadores da coisa pública, pois governaram o país por 21 anos de 1964 à 1985, entregando com a economia do país num verdadeiro caos: uma dívida externa astronômica e uma hiperinflação beirando os 300% anuais. Não me parece que isto seja coisa de bons gestores. ? preciso perguntar isto e saber o que esse pessoal que defende a volta dos militares para o governo do país têm a dizer sobre isso. Porque que a economia foi entregue para o governo civil naquele caos? E se isto ocorrer, se eles também pretendem governar o país com o auxílio de pessoas como o Sarney e o Maluf, com os quais governaram na época, nomeando os como governadores biônicos?
Se quiserem saber da ditadura é olha pro netinho do Figueiredo