Cortes ‘misteriosos” darão para “Renda Brasil” de R$ 250?

O relator da PEC do Pacto Federativo – que virou um “cabe-tudo” legislativo – vai se reunir com Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e o Centrão hoje, para definir como será a ressurreição do tal Renda Brasil que o presidente da República falou outro dia que não existiria.

Márcio Bittar fala em conseguir R$ 30 bilhões extras para o benefício, o que seria o suficiente para pagar um auxílio de R$ 250 mensais a 20 milhões de famílias, o que seriam mais cinco ou seis milhões além das beneficiadas hoje pelo Bolsa Família.

Do ponto de vista da repercussão sobre a economia, claro, será muitíssimo menos do que representa o auxílio emergencial pago até agora e ainda bem menos do que o resíduo de 300 reais que vigorará até 31 de dezembro. Em cálculo grosseiro, seria menos da metade do valor e metade do número de beneficiários.

Ninguém pode ser conta a ideia de ampliar-se, ainda que modestamente, a renda básica oferecida aos brasileiros mais carentes, mas há o “pequeno problema” relativo a de onde sairá o dinheiro para dobrar, praticamente, o orçamento do Bolsa Família.

Sim, porque para compensar a manutenção do teto de gastos este valor vai ter de ser podado e Paulo Guedes já deu sinais de que poderiam até ser tirados de Saúde e Educação.

Não será, por conta da ortodoxia que o mercado exige dos gastos, recurso obtido com os novos tributos que serão criados.

Não creio que Jair Bolsonaro queira estar presente no anúncio, que também virá logo, da recriação da CPMF, rebatizada de “imposto digital”, uma das maiores asneiras já usadas na pia batismal de novos impostos, a menos que se queira isentar dele a família Bolsonaro, com sua predileção por negócios em dinheiro vivo.

Vai deixar este ônus para Guedes e para os deputados.

Aprovar uma e outra propostas, sem modificação, em dois turnos, na Câmara e no Senado parece, a esta altura do ano, improvável.

Vai começar a chantagem sobre o parlamento, agitando a bandeira do “senão em janeiro os pobres ficam sem nada”.

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