Coxinha não pode se vestir de gari? O tim-tim de Doria na festa do plim-plim

doriaboni

Deliciosa a descrição da jornalista Cleo Guimarães sobre a festinha do high society carioca para João Dória, regado a Veuve Clicquot – “que o Boni não ia mandar servir bebida mixuruca” – no Gávea Golf Club.

Transcreevo, por imperdível, o texto que ela publica hoje em sua coluna Gente Boa:

“O clima era de certa ansiedade anteontem à noite, no Gávea Golf Club, onde o prefeito de São Paulo, João Doria, seria recebido por um grupo de empresários para um “cocktail/supper” a convite de Boni, Ricardo Amaral e Paulo Marinho. “Vai ser bom. No Copacabana Palace ele deu um show”, dizia Alfredo Lopes, presidente da ABIH, na porta de entrada, ao publicitário Roberto Medina. Os dois atenderam ao apelo no convite, que pedia pontualidade para o encontro, marcado para as 20h. Doria, segundo a produção, chegaria às 20h30, “nem um minuto a mais”.

Ele apareceu no salão do Gávea onze minutos depois do horário previsto, pouco antes de os garçons começarem a servir garrafas de Veuve Clicquot aos convidados, 90% homens. “Deve ser coisa do Boni, imagina se ia ter bebida mixuruca num evento dele”, disse uma das poucas mulheres presentes ao encontro, esticando a sua taça para o garçom.

O script da noite previa uma social intensa de Doria com os convidados até 21h, quando ele faria um “speech” para o grupo. E assim foi. De rodinha em rodinha, o virtual candidato do PSDB à presidência ia sendo apresentado a empresários, advogados, desembargadores, artistas, estudantes e jornalistas. Posava para selfies — com um grupo de jovens, na casa de seus 20 anos, fez para câmera o o gesto do “Acelera” de sua campanha, com o dedo médio e o indicador esticados. Ele alava sobre assuntos variados, com especial empolgação quando o papo descambava para negócios, empresas e investimentos.

“Você tem que ir para São Paulo, é um mercadaço!”, disse ele a Walter Mattos, dono da sorveteria Momo, antes de engatar uma conversa com o ex-advogado da AGU Fábio Medina Osório, numa roda que também tinha Roberto Medina (“Não somos parentes, infelizmente. Eu bem que gostaria”, disse Fábio). Roberto talvez fosse o mais empolgado “Dorista” daquele ambiente. “Ele é o futuro presidente da República. Não é o que eu acho. É. Não é torcida, é convicção. O figurino de presidente veste perfeitamente nele neste momento”, disse o publicitário. Ao ver Roberto Medina e Doria papeando, a promoter Ana Maria Tornaghi faz um chamego na dupla: “Olha, vocês são páreo duro. Cada um parece mais moço que o outro”. “Hahaha!”, riram os dois, ao mesmo tempo.

Perguntado se pode ser o candidato do PSDB à presidência, Doria não nega nem confirma. Diz que “tudo tem seu tempo”, que não gosta de “prospectar”. E o texto de Fernando Haddad na “Piauí”? Leu?, a coluna quis saber. E ele: “Olha, eu não li, não. E não é para desmerecer, mas nem ouvi falar sobre isso”, disse, puxando do bolso uma caixinha fina com folhas refrescantes de Listerine, uma versão modernosa do enxaguante bucal, que é colocada sobre a língua.

O prefeito usa um broche na lapela em formato de coração, com um “SP” no meio. Lou de Oliveira, mulher de Boni, pede um igual. “Me dá um pin desses? Eu faço coleção.” Doria diz que sim e segue rumo ao palco, onde o esperam Ricardo Amaral, Boni e Paulo Marinho. Feitas as apresentações e os elogios mútuos, o prefeito de São Paulo dá início então a um discurso em que lembra de sua roupa de gari para limpar a rua (“Não foi marketing, quis dar exemplo. Prefeito coxinha não pode se vestir de gari?”), e por várias vezes assume: “Não gosto do PT. Não gosto da Dilma”, para aplausos da plateia.

“Não me provoquem!”, resumiu ele, numa mensagem “a todos os istas: petistas, esquerdistas, especialistas…”. O discurso chegou ao fim com a mensagem de que sua bandeira “jamais será vermelha”. Foi aplaudido, e seguiu rumo à porta de saída, não sem antes traçar uma cumbuca de penne ao molho branco e visitar a cozinha com a mulher, Bia Doria, de Dolce & Gabbana da cabeça aos pés. “É tudo de acervo”, explicou ela, já rechaçando a possibilidade de usar roupas emprestadas pelas grifes.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

16 respostas

  1. É…o exemplo do sarcasmo está se espalhando. Primeiro foi a festa daqueles alunos de SP, se não me engano, que se vestiram de empregadas e subalternos domésticos. Agora, em Sta. Catarina, uma escola pede aos alunos para virem vestidos de favelados do RJ num convite para uma festa. Quem vai vestido de PM para reprimir, pode? Bala perdida pode? Brinquedinhos perigosos em tempo de revogação da escravidão.

  2. Em tempo: eles acham com X que são eternos, não ficam doentes, que o dinheiro resolve tudo. Tadinhos deles mais para o final da vida.

  3. Não sei porque, mas lembrei-me da famosa frase da aristocrata francesa do século XVIII, Maria Antonieta: “Se o povo não tem pão, que comam brioches!”. Tempos depois, os franceses derrubaram a aristocracia e criaram um instrumento fantástico, a guilhotina! Maria Antonieta teve sua cabecinha devidamente separada do seu corpo pela guilhotina!
    Esse Doria é um deboche ao povo brasileiro. Uma hora dessas o povo acorda, e aí o bicho vai pegar!

  4. adoramos festa, encontros, bebidas, comidas e gente e música. somos amigos de gente invariavelmente que vale pelo que é, pelo que acrescenta, pelo que discorda/concorda, pela libido que desperta, pela contribuição que dá no serviço público, no SUS, enfim, por um monte de coisas que nos fazem humanos compartilháveis. nada que ver com mais um bailinho da ilha fiscal. continuamos preferindo nossos encontros.

    1. Baile da ilha fiscal o retorno. Vai dar merda como já deu. Mas são ignorantes e analfabetos não sabem historia. Estão cometendo o mesmissimo erro. Morrem pelo bolso e pela boca. Morrerão, não tenham duvidas.

  5. É esse clandestino aí que ganhou 12 vezes na mega sena computadorizada/batizada/viciada/acumulada?

    É esse aí que é rico e competente mas ninguém sabe da onde vem a fortuna dele?

    Quem é de fato o clandestino João Alves Dória?

    Como é o nome das empresas dele?

    Ele odeia o PT e nós que somos entre 27% e 35% dos votos válidos na pior das hipóteses,também o detestamos e já que eles(O Estado de São Paulo,Veja e Globo,principalmente os três)inventaram a tese em 2010 quando viram que José Serra seria facilmente derrotado no Norte(exceto Acre e Roraima onde Serra foi mais bem votado no Brasil),Nordeste,Rio de Janeiro,Minas Gerais,boa parte do Rio Grande do Sul,os nefastos inventaram a história perigosíssima de que era uma eleição do Norte/Nordeste contra Sul/Sudeste.

    Se o clandestino for mesmo o candidato dos corruptos do bem,ele pode ter certeza que São Paulo,Paraná e Santa Catarina não aguenta Norte,Nordeste Rio de Janeiro,Minas Gerais,50% do RS.

    Este aventureiro pode vir quente que nós estamos fervendo.

  6. Lembrando Brizola, quando o povão resolver descer do morro em direção ao asfalto, vai faltar guilhotina. E não vai demorara muito.

  7. Os coxinhas se dividiram em várias facções, digo, alas :
    1. PLIM PLIM, cujo conhecimento político vem através da Globo.

    2. TIM TIM, apoiadores do Margarina Camaleão, que adora uma metamorfose.

    3. PÁ PÁ, tipo tiros de revólver, seguidores do Bolsonazo.

    O que eles tem em comum? TUDO. O Brasil pode quebrar, desde que o PT não volte ao poder.

  8. Nossa! Quase vomitei. Fico sem palavras para comentar uma reunião desse “quilate”, me faltam adjetivos para classificar essa corja, esse covil, é a própria visão do inferno. Tenho a impressão de que até o capeta tem medo desses caras, medo de que essa corja lhe tome o inferno.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *