Em outras circunstâncias, a imprensa e os agentes econômicos “mercadistas” estariam soltando foguetes com o resultado do PIB do 3° trimestre de 2019, divulgado hoje pelo IBGE.
Afinal, a segunda taxa positiva consecutiva e com um valor não-desprezível: 0,6% sobre o trimestre anterior, já positivo em 0,5%.
Mas, ao contrário, nem os normalmente otimistas – exclua-se daí, claro, as comemorações tuiteiras do governismo – guardam muita discrição.
Bolsa e câmbio, logo após a publicação dos resultados do IBGE apresentam discretíssima melhoria.
E ela vem dos fatores que levaram a este aumento: a agropecuária (+1,3%), a indústria extrativista (+4%), ambas dependentes do mercado externo, que segue nebuloso, da construção civil imobiliária – ligada à renda da população e à disponibilidade de crédito, tanto quanto outro indicador positivo, o consumo das famílias.
Certo que a redução da taxa Selic, ainda que tenha alterado pouco o panorama do consumo, porque o rebaixamento do custo financeiro não chegou com força à ponta do consumo, contribuiu para melhoria nos investimentos empresariais e na construção, mas de maneira tímida em relação à expressão que estes cortes fizeram.
É cedo ainda para “cravar” um diagnóstico de recuperação econômica e tarde para se enxergar a obviedade de que o Brasil, se tivesse políticas econômicas coerentes e indutoras da atividade econômica está pronto para uma aceleração que, até agora, ainda não veio.
Nem virá, com o estado omisso.