Foi preciso uma decisão do Supremo, proferida por Ricardo Levandowski, depois uma “reiteração” da ordem e, afinal, uma intimação com oficial de Justiça, mas finalmente o juiz Gabriel Zago Capanema Vianna de Paiva, plantonista da 10ª Vara Federal Criminal do DF, autorizou a Polícia Federal a dar à defesa do ex-presidente Lula acesso às mensagens apreendidas na chamada “Operação Spoofing”que digam respeito, direta ou indiretamente, ao ex-presidente.
São os diálogos hackeados entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros procuradores, que compuseram a série “Vaza Jato” publicada pelo The Intercept e outros órgãos de imprensa e que mostram, claramente, a cumplicidade entre o então juiz e os procuradores para incriminar Lula, a condução política do caso e os atropelos legais praticados pela Força Tarefa de Curitiba.
Como já se explicou, os diálogos, por terem sido obtidos de forma ilegal pelo hacker Wálter Delgatti Neto, não podem ser usados para punir – nem criminal, nem administrativamente – Moro, Dallagnol ou qualquer outro envolvido na conspirata, mas podem ser aceitos como prova de defesa do petista.
Além do mais, perícia da Polícia Federal indica que os arquivos hackeados estão íntegros, ou seja, os diálogos neles contidos são verdadeiros e não foram editados. Portanto, refletem a verdade.
Embora o material siga em segredo de Justiça, quando voltar aos tribunais na forma de provas da defesa serão, como devem ser, de conhecimento de todos.