Defender a educação é a mais urgente tarefa antifacista hoje

Hoje, Dia dos Professores, deveria ser dia para escrever sobre o papel da educação e do educador para o progresso do país e para a plena realização dos indivíduos.

Deveria ser dia para falar da necessidade de construção de escolas integrais, por toda a parte, onde crianças e adolescentes pudessem ter alimentação, assistência médica, atividades esportivas e culturais, aprendendo não apenas as disciplinas do currículo, mas a conviver.

Ou de lembrar os que fizeram muito por mim, que misturei pais e professores, das noites rodando mimeógrafos a álcool para a mãe alfabetizadora ou “aguentando” o didatismo geográfico de meu pai.

Infelizmente, não dá para fazer isso.

Porque os professores, hoje, além de todos os castigos que lhes impuseram sempre, tiveram novos, no único tratamento profissional que ainda tinham benefícios, a aposentadoria, sofrem um ainda maior: o das ameaças.

Não é possível que, dias depois, não haja reação do Ministério Público e do Parlamento, contra a invasão de dois brutamontes com mandato para intimidar professores e estudantes da escola que é símbolo da excelência que o ensino público brasileiro pode e deve ter: o Colégio Pedro II.

Pior, nem uma palavra de defesa do Ministro da Educação, cargo que se encontra vago pela presença, lá, de um energúmeno desclassificado.

A cruzada dos marombados, como a chamou hoje Álvaro Costa e Silva, em artigo digníssimo na Folha, ameaça o exercício escolar mais importante: o de pensar com liberdade.

Um professor, uma professora não pode sofrer a intimidação de estarem sujeitos a que fanáticos, cheios de ódio, vão “vistoriar” o que eles ou os alunos dizem.

Se há um lugar onde o fascismo não pode entrar, esse lugar é a escola.

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9 respostas

  1. Nao teve nenhum professor chegar perto dos dois e falar “olha so como voces vao ficar se nao estudarem!”

  2. E pensar que este dois energúmenos pervertidos, ou melhor, fascistas, ganham muito mais do que o meu salário líquido de professora de Geografia aposentada do Ensino Médio da Secretaria de Educação do RJ (com Mestrado em Educação pela UERJ), que é de R$ 3093, 78.

  3. Professores do Estado do Rio há mais de 5 anos sem qualquer reajuste salarial, nem um centavo. Até agora, parlamentares, lideranças sociais, celebridades, jornalistas, todos q passaram pela escola, sequer escutam o grito de socorro.

  4. Cambada de covardes hipócritas.
    Em todos os níveis possíveis.
    O Brasil está em FASE TERMINAL.
    Infelizmente

  5. A situação é tão feia que a notícia da cura de câncer em estado terminal por equipe do HC USP Ribeirão Preto (que são também professores) divulgado extensivamente no Brasil e no mundo, encontrou reticências e críticas raivosas de gente que dizia que este procedimento não poderia ter sido pago pelo SUS. Disseram que é propaganda da medicina para todos, socialização da medicina, que não pagavam impostos para gastar com isso e outras asneiras.

  6. Os brasileiros precisamos chegar até o fundo para que, enfim, mostremos valor. Quem sabe amanhã chegue dia, dia em que veremos o final do poço, com Lula sendo acorrentado…

  7. O dinheiro da exploração do Presal pela Petrobras, pelas regras aprovadas pelo Congresso Nacional no Governo Dilma, iria exclusivamente para a educação pública e, em menor parte, para a saúde pública. Estes dois setores públicos saltariam para o padrão Fifa, e puxariam o resto do país para o primeiro mundo.

    Hoje, o que se aprova no Congresso é o rateio pelos estados de uma parte menor do dinheiro arrecadado pela União com a entrega ao Big Oil de um bloco com 15 bilhões de barris de petróleo certamente por preço de uva mijona, e usa-se este rateio para dar aos estados a ilusão de que eles vão ter bilhões para investimentos públicos.

    Mas quando se lê as letras pequenas do contrato de repassse, o que se entende é que o tal dinheiro irá para a previdência nacional ou para as previdências estaduais e municipais, para deixá-las zeradinhas e robustas para os bancos globais meterem todas elas nos bolsos. Gozada é a linguagem enviesada que usam, verdadeiro artifício de teatrologia: “Será PERMITIDO que os estados usem os recursos EXCLUSIVAMENTE para quitar dívidas previdenciárias, e para investimentos. Entretanto, os recursos para investimentos deverão vir de uma reserva específica criada com o fim de pagarem as despesas previdenciárias que vençam até o ano seguinte ao da transferência dos recursos repassados, e a reserva não precisa vir dos recursos repassados”.

    Com os municípios, as regras são semelhantes. Só faltaram botar na lei que é terminantemente proibido usar o dinheiro do esquartejamento do Presal na educação e na saúde públicas.

    .

  8. Tudo bem!! Eu fui fiscal do PT em uma escola. Os professores daquela escola fizeram arminha!!! E agora?!

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