Dólar, preços e pobreza voltarão a subir, novo fiasco Guedes-Bolsonaro

Não há mágica em economia, embora sejam muitos os truques que sobre ela praticam.

Ontem, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes gritaram “segure a tabela de preços” aos comerciantes.

Deixaram de lado o fato que eles vinham até segurando, porque contaram com uma queda no dólar, em maio, que começou com a moeda norte-americana a R$ 5 e terminou a R$ 4,73.

Combustíveis sem reajuste e a queda da bandeira vermelhíssima na energia elétrica e, ainda assim, 0,5% de inflação, ainda em dois dígitos.

Nos dez primeiros dias de junho, fez-se o caminho inverso e o dólar acaba de voltar aos R$ 5.

A inflação norte-americana voltou a subir, e muito, marcando 1% em maio, bem acima do que era esperado (0,7%) e acumulando 8,6% em 12 meses, o pior resultado desde dezembro de 1981.

Isso torna certeza que o BC de lá, o Federal Reserve, vão aumentar os juros e não menos que 0,5. Portanto, sobem os juros aqui também e vamos , fácil, a 13,75% ao ano.

“Pendura” nas transações entre agricultura, indústria e comércio, nem pensar.

A inflação, mesmo com a pequena queda de maio, ainda está em estratosféricos 11,73% e como o “descarte” de junho passado é menor (0,53%),é bem provável que o acumulado, quando vier, volta a superar a casa dos 12% .

É assim que chegamos ao quadro vergonhoso de hoje, quando a pesquisa do IBGE, um órgão oficial do governo indica que os 10% mais pobres entre os brasileiros tiveram perdas maiores que 30% de sua renda familiar de mais de 30% de sua renda domiciliar em apenas um ano (2021 sobre 2020) e, em uma década, os 5% mais pobres, os miseráveis, perderam quase metade da renda, reduzidos a meros R$ 39 mensais.

O inferno, que Guedes dizia ter passado, está bem aqui, sem dar sinal de ir embora.

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