E, fora isso, nada…

Caminha-se para dois meses de governo Bolsonaro, no sábado.

Afora as desgraças que dominaram o noticiário fora (ou “meio-fora”) da área governamental, como a barragem de Brumadinho e o incêndio no CT do Flamengo, o que tivemos?

O pacote Moro, que já foi fatiado e murchado e nem se sabe como e quando tramitará no Congresso.

O caso dos laranjas do partido governista e o “banho-maria” da laranjas fabricianas de Flávio Bolsonaro.

E o mentiu ou não mentiu de Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebianno.

Agora, a reforma da previdência que só começa a andar, e olhe lá, na semana depois do Carnaval. Ou na outra, como é mais provável.

Aliás, já corre que o governo teria desistido de dois bodes: o benefício menor que o salário-mínimo para idosos e a idade e os 20 anos de contribuição mínimos para as aposentadorias rurais.

Como era “pedra cantada”, desde o início.

Vem mais aí: hoje, o PR,  com 33 deputados e considerado um dos aliados de Bolsonaro, anuncia que não aceita o fim do tempo menor para professores se aposentarem.

Previdência, previdência, previdência. E só.

Procure, no resto do governo, o que não sejam pirotecnia irresponsável: cor da roupa de meninos e meninas, guerra com a Venezuela, hino nacional filmando as criancinhas.

É verdade que o presidente passou duas semanas internado, mas seu governo, não.

Não há um programa de investimentos, nenhuma ação que se refira a mexidas concretas na economia do país. A Previdência é? É, mas se virá no final do ano e, sobretudo, vai demorar anos até produzir algum tipo de economia. No curto prazo representa gasto antecipado, pela corrida para se aposentar, que fez crescer em 30% os pedidos no mês de janeiro, em comparação com o primeiro mês de 2017.

Investimentos são promessas, mas fechamento de fábricas, como a da Ford, e ameaças de redução das atividades, como a da GM, são realidades e as previsões para o PIB do quarto trimestre de 2018, a serem divulgadas esta semana, são modestíssimas, abaixo de 0,5%.

Marolas fazem espuma, mas não mexem nas águas profundas onde estamos mergulhados.

O mundo real não é feito de fogos de artifício.

 

 

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