Um sujeito que se refere à filha mais nova como resultado de “uma fraquejada” não precisa e mais nada para sublinhar sua misoginia.
Mais que ninguém, porém, as mulheres provaram o quanto são fortes, sendo sempre a maior resistência àquele que pregava o ódio e a intolerância.
É bom lembrar que as últimas pesquisas de 2018, mesmo com toda a “onda” bolsonarista, indicavam que as mulheres rejeitavam mais que aprovavam o candidato.
Portanto, se ele está lá, a culpa é nossa, os homens, entre os quais a maioria tolerou – quando não apoiou – um homem que odeia as mulheres.
A luta feminina pela igualdade de direitos – na educação, no trabalho, na vida social, na liberdade, na escolha política (o voto feminino nem 100 anos tem aqui) – e por ser soberana sobre seu próprio corpo vem de longe e não terminará tão cedo.
Até mesmo no direito à vida, porque há dois anos tergiversam sobre que matou e manou matar uma delas, Marielle Franco.
Mas hoje são as mulheres que precisam que os homens que de uma delas vieram não deem nenhuma fraquejada – sem aspas – e se somem à resistência contra o assédio indevido, a opressão e a agressão às mulheres, patrocinadas por esta gente que assaltou o poder em nosso país.
7 respostas
São a nossa esperança. Embora a mais “poderosa” delas tenha falhado fragorosamente e ainda anda falando bobagem por aí. Está nas manchetes.
Mulheres, desculpem a desagradável referência, mas ela está na origem da nossa desgraça.
Mas estão de parabéns. Ensinem-nos.
Desculpe a ignorância mas, pode ser mais específico? A quem voce se refere?
Querido! Este texto é infinitamente melhor do que qualquer “parabéns pelo seu dia”! Obrigada! Estamos e estaremos sempre juntos!
Me desculpe discordar de ti nesta Fernando…
NINGUÉM se elege presidente com 57 milhões de votos sem uma VASTA multidão de mulheres que se votaram em Bolsonaro sem convicção política o fizeram por obedecer a marido, pastor ou pai…
Eu ACREDITAVA que o coiso não seria eleito por causa do voto das mulheres…
Errei feio, errei rude…
Houve na eleição e ainda tem muita mulher, gay e negro que votou nele e ainda defende a ideologia e os “ideais” do Mito…
Mostra o quanto várias faixas desfavorecidas do povo brasileiro ainda precisam evoluir MUITO para ter a capacidade de pensamento político crítico e independente e não continuar a sofrer essa eterna e incompreensível síndrome de Estocolmo que grassa o povo brasileiro em relação às suas torpes elites…
Concordo com você. Sei que é antipaticíssimo criticar as mulheres no seu dia (os homens já são suficiente e justificadamente criticados e por coisas muito piores), mas a realidade é que as igrejas evangélicas estão lotadas de mulheres, em número infinitamente maior que os homens e todas elas votam aos milhões no mito por ordem de um pastor que se diz intermediário da vontade de deus. Se alguém duvida, passe em frente de uma destas igrejas e observe. Apure os ouvidos para distinguir o timbre.
Rezende e José, infelizmente vocês estão cobertos de razão, e essa realidade que apontaram deriva diretamente do machismo estrutural que socializa mulheres para não confiarem no próprio julgamento, não desenvolverem senso crítico, sobretudo em relação à política, vista como negócio de homens, desencorajando a participação feminina.
Na minha cidade, no sábado retrasado e na última quarta feira, dois jovens, um rapaz e uma moça, ambos com 16 anos, e de classe média ou alta suicidaram num shopping central pulando do 4o andar e se esborrachando no térreo em pleno horário comercial (correndo o risco de cair em cima de alguém e matá-lo também). Uma sociedade que não consegue dar aos jovens, que deveriam ser naturalmente entusiasmados e esperançosos com a vida, as condições mínimas de atenção e emprego, razões de auto estima e esperança de emancipação, é uma sociedade fracassada. Nós todos fracassamos.