Extradição de nazista: Araújo não é responsável, mas a História é irônica

É evidente que o chanceler Ernesto Araújo não pode ser responsabilizado pelos pensamentos e atitudes de seu pai.

Mas é irônico que seja, como mostra hoje a Folha, filho de um Procurador da República que recusou a extradição de Gustav Franz Wagner, sargento das SS que foi subcomandante do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia ocupada,  desde a sua criação, em 1942, até outubro de 1943, quando uma sangrenta rebelião de prisioneiros judeus e russos levou ao seu fechamento.

Lá, pouco mais de 500 prisioneiros conseguiram romper a cerca, 200 escaparam às minas que cercavam o campo e se internaram numa floresta próxima. Mas só 53  escaparam dos grupos de extrema-direita, anti-semitas, que os caçaram.

Um história tão terrível que deu origem a dois filmes de sucesso, o inglês “Fuga de Sobibor” e o russo “Sobibor”.

O filho do procurador Henrique Araújo, negou pedidos de 3 países que buscavam julgar Gustav Wagner não tem, é claro, que ser julgado pelos atos do pai.

Mas os caprichos da História não são vãos.

Afinal,Ernesto  Araújo é porta-voz de uma política fanaticamente pró-Israel, que aceita a ocupação da Palestina e a ideia de supremacia racial – “povo eleito por Deus” – numa reprodução, em outras gentes,  do supremacismo ariano da Alemanha nazista.

 

 

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22 respostas

  1. A maldade veio do berço pra esse crápula. Que tradição familiar monstruosa. Foi isso aí que o golpe legou ao país.

  2. Na verdade, se formos pesquisar as origens familiares da maioria dos ocupantes de altos cargos, encontraremos coisas parecidas. Vide a família Thompson Flores, do RS.

    1. verdade
      essa é a tal elite escrevagista, que acha correto usar o relho, machista, e defrensor da familia que tinha nas rodas dos enjeitados a solução para os desvios das filhas solteiras* – tudo gente de bens

      * isso quando não eram internadas em manicômios ou estabelecimentos católicos para serem usadas como escravas trabalhnado para as freirinhas piedosas em troca de maus tratos e humilhações

    2. A juíza que condenou o Lula a 12 anos porque ele visitou num fim de semana um amigo em seu sitio, para pescarem, conversarem e rirem, tem sobrenome alemão, e sua atitude odiosa e selvagem, denota nazismo ao extremo.
      Coincidência?

  3. As ironías se fazem presente neste histórico familiar.
    O pai negava justiça as vítimas do nazismo,hoje as vítimas de outrora são os VITIMÁRIOS endeusados pelo filho.

  4. Dizem que quem sai aos seus não degenera.
    Esse chanceler (pausa para rir ou vomitar, à escolha do leitor) se degenerasse voltaria a ser um símio.

  5. Talvez esse puxasaquismo em relação ao Estado de Israel é um mea culpa pela atitude do pai, um nazista de coração e mente. Só que o sujeito é tão sem noção, uma mente tão Olaviana, que não consegue enxergar, que a política territorial segregacionista e secular do governo israelense é tão bestial e truculenta como àquela que foi tragédia (SS) e hoje, é farsa (Mossad).

  6. Até por conta dessa história, agora Israel e seus “filhos” instalados aqui mandarão mais nesse guverninho do país.
    Viu classe mérdia, no que deu golpear Dilma e o PT?
    E vai piorar!

  7. “pró-Israel, que aceita a ocupação da Palestina e a ideia de supremacia racial – “povo eleito por Deus” – numa reprodução, em outras gentes, do supremacismo ariano da Alemanha nazista.” A raça humana não aprende mesmo. Após tantos horrores sofridos por ciganos, judeus e quaisquer opositores da famigerada crença nazista do tal supremacismo da raça ariana, os próprios líderes judeus, vêm agora aplicar este dogma absurdo contra seus vizinhos palestinos. E pensar que entre nós, no passado e até no presente, há gente que apoie teses esdrúxulas feito essas. Quanta estupidez! Na morte todos serão iguais, pensem nisto seus cretinos!

  8. Quem diria! O papi do Ernesto tinha simpatias logo pela esquerda! Ora, não foi o filho q escreveu (e depois apagou) que o ‘socialista’ no nome do partido nazista indicava que ele era de esquerda?! kkkkkkkkkkkkk Sempre espantam essa verdadeiras dinastias de funcionários públicos das classe mais abonadas. Se pelo menos melhorassem na maneira de pensar…

  9. Brito, gosto muito de seus artigos, também sou de esquerda.
    No entanto, houve um deslize seu no final do texto, associar a crença do povo judeu, de um povo eleito por Deus com o nazismo não é correto.
    O nazismo adota a ideia da eugenia, conseito criado por Francis Gauton que dizia que havia raças superiores e raças inferiores, vários antropologos, como Lewis Morgan defendiam esta tese.
    Na verdade, esta ideia era muito comum no fim do século XIX e início do século XX, houve vários expoentes dela em todo mundo, na Alemanha houve um genocídio de africanos em 1908, nos EUA houve a criação de leis em vários estados proibindo o casamento inter racial e no Brasil temos representantes da eugenia como Monteiro Lobato e Artur Neiva, além do médico João Batista de Lacerda.
    Em 1912 houve o congresso universal das raças.
    O nazismo colocou em prática essas ideias.
    Já os judeus nunca defenderam este posicionamento, não encontramos defesa disto na torah.
    Mesmo a questão palestina não viza exterminar os muçulmanos que ocupam a palestina, os israelenses querem tirar os mesmos do território do estado de Israel.
    Vale dizer que existem judeus ante cionistas.
    Ao contrário do ministro das relações exteriores sou crítico aos ataques que Israel realiza contra a palestina e as ações do Hamas, sou afavor da criação de edois estados, com a capital da palestina em Jerusalém oriental ou então que Israel se torne mais laico e admita a presença dos muçulmanos e vice -verça
    .
    Sobre Ernesto Araújo, bem, não podemos levar em conta o que ele fala publicamente, pode ser apenas uma estratégia para agradar o chefe e os boussominions, temos que avaliar os trabalhos acadêmicos dele, ele já disse que a extratégia de Lula em relação ao comércio exterior era correta e foi promovido durante os governos do PT.
    Sobre o pai dele não ter extraditado este nazista, bem, sem comentários.

    1. Tiago, o povo judeu merece todo meu respeito, tanto quanto qualquer outro. Aliás, o que está claramente dito é que proclamar uma suposta superioridade étnica (ou religiosa, ou lá do que for) é uma atitude típica do nazismo. Quem sofreu perseguição racial, mais do que ninguém, tem condições de entender como ela é abjeta. Nem sequer discutir os acontecimentos recentes do Oriente Médio. Antes deles, temos que proclamar a igualdade entre os povos, seu direito de constituírem nações e de autodeterminarem seus destinos.

      1. Caro Brito, sei que sua intenção não foi inferiorizar o povo judeu, só quiz te alertar que nem todo judeu simpatiza com a política de Israel, nem todo israelense é judeu e existem judeus ante cionistas. Existem também o partido comunista de Israel, também existem judeus de esquerda, como o cionismo trabalhista, representado por Mose Hess.

  10. “…é porta-voz de uma política fanaticamente pró-Israel, que aceita a ocupação da Palestina e a ideia de supremacia racial – “povo eleito por Deus” – numa reprodução, em outras gentes, do supremacismo ariano da Alemanha nazista.”

    Nessa frase, Brito disse tudo o que precisava ser dito.
    Parabéns pelo poder de síntese.

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