Muitos dizem que Jair Bolsonaro está lançando ao mar o filho Flávio Bolsonaro, convencido de que ele, depois das revelações de ontem e hoje, é um cadáver político insepulto.
Pode até mesmo ser e não dá para avaliar ainda o quão devastador foi o noticiário das últimas 36 horas, nas diversas gradações entre o grave e o fatídico.
Se o habeas corpus pedido por Flávio Bolsonaro for apenas preventivo quanto à eventual decretação de prisão, tem chances de ser acolhido, porque teria, pela sua condição de senador, de ter um pedido apreciado pelo Supremo e autorizado pela casa, pois não se trata de flagrante.
Mas se é para trancar a ação penal contra ele, as chances são diminutas, até porque é recente de 15 dias a decisão liberando o uso de dados do ex-Coaf em persecução penal .
Esse julgamento, o formal, tem menos importância agora, com as nuances que o caso tomou.
Já não é uma simples “rachadinha”, a pequena extorsão de funcionários de gabinetes, na qual o de Flávio, na Alerj, sequer é original, porque isso não é raro no fisiologismo da política parlamentar brasileira.
O essencial foi a materialização dos contatos com a milícia.
A revelação de que o chefe do “Escritório do Crime”, o major da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, recebia, pelas mãos de Fabrício Queiroz, parte do dinheiro pago à sua ex-mulher Danielle Mendonça da Costa e da mãe, Raimunda Veras Magalhães, elimina qualquer possibilidade de ser um ato pessoal de ambas, mas apenas um pagamento direto do gabinete de Flávio Bolsonaro a um miliciano.
O valor – pouco mais de R$ 200 mil – pode dobrar se comprovado que os saques realizados em espécie por cada uma delas fossem se somar à “subvenção” do miliciano. Nestes casos, será que a simples amizade entre Fabrício e Adriano podem explicar tanto dinheiro ou, como retribuição, havia “serviços prestados” a ele ou ao gabinete do então deputado?
O fato é que, no mundo imundo da milícia parecem estar se juntando as pontas dos indícios de como funcionava o império Bolsonaro na Zona Oeste do Rio de Janeiro, justo aquelas onde o número de votos que tiveram foram os maiores.
Hoje, o próprio presidente admite que há gravações – diz ele que “armadas” – entre milicianos que citam seu nome, no caso Marielle.
Há, portanto, ao menos traços de um denominador comum: as ligações milicianas que, como diz Bruno Boghossian, na Folha, “fazem parte da operação política da família [Bolsonaro]: ” Quando Bolsonaro se elegeu presidente, foi esse o grupo que chegou ao poder.”
E este é o laço que os prende, uns aos outros, e que não pode ser desatado por um “eu não sabia”.
Não são filhos fazendo negócios à revelia ou às escondidas do pai, por um agente que era (e é) intimo do presidente da República há décadas, ao ponto de, confessadamente, merecer-lhe um emp´restimo “de boca” de R$ 40 mil, parcialmente quitado com um cheque à sua mulher.
Queiroz e seus esquemas não são de Flávio, são de Jair e o que o filho é, o foi pelas mãos do pai.
E de um espírito nada santo.
12 respostas
Mais de 50 milhões de pessoas, se tivessem vergonha nas caras e não fossem analfabetos políticos, queimariam seus títulos eleitorais amanhã mesmo. Mas isto aqui é brazil, e boa parte destas criaturas continuará repetindo nas urnas aquilo que faz nas privadas.
Atenção BOBALHÕES que votaram no Capitão Ameba:
Esse é o autêntico e desbragado MENSALÃO, à luz do dia, com contracheque e recibo, e não aquele mentiroso contra o governo LULA em 2005, lançado por um político vagabundo e inconfiável, que fazia falcatruas nos Correios atribuindo a outros, como faz agora o JUIZ LADRÃO de curitiba.
Estão contentes OTÁRIOS?
O ameba miliciano nunca foi capitão. Ele recebeu o título depois de ser expulso do exército, e foi reconduzido através de manobra de superiores cariocas, sabe-se lá os motivos, e eu desconfio que o miliciano Bolsoameba sabia muita merda deles na ocasião!
Se o clã não for impedido daqui a pouco seremos um país narco-miliciano.
[Adriano Magalhães da Nóbrega, do Escritório do Crime, que está foragido, é ex-PM, não? Pelo que lembro foi expulso da corporação]
Então, o policial militar que ganha super bem no Brasil, foi lá e pagou uma conta de 16 mil reais.
E você achando que tinha amigos!
KKKKKKKKKKKKKKKK
Faça um favor a si mesmo, Flavio. Se mata.
E o dito cujus parece ser o mais equilibrado do clã..imagine o restante da trupe.
01, 02 e 03 são crias de 00, inclusive na política. Ou não são? Ipso factu, inegável.
Queiroz é tocaio de 00, também, ipso factu e, também, inegável.
00 está na ativa, no legislativo, há quase trinta anos, quando 01 ainda estava no ensino fundamental.
Então pergunta-se, o que se vê no gabinete de 01, não seria apenas a continuidade do que teria havido no gabinete de 00?
E, por fim, já passou a hora da esquerda parar de usar termos como “rachadinha” distorcendo e disfarçando os possíveis crimes cuja denominação é avassaladora: corrupção, peculato, concussão, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e formação de quadrilha.
Diferença enorme entre esse Flavio das provas e o Lulinha das convicções. Como o Sr. Sérgio Moro gostaria de inverter essa situação. Kkkkkkkkk mas no país das maravilhas, milicianos e cidadãos comuns estão do lado errada das grades, alguns até viraram ministros.
Na imprensa, inclusive nos blogs de esquerda, os jornalistas dizem que não sabem para que fim o dinheiro migrou para a milícia. Eu sei: foi para a atuação daquilo que a milícia sabe fazer de melhor que é substituir o estado na “proteção” dos cidadãos, que pagam um “dízimo” para não serem mortos ou para que seus negócios não sejam destruídos e, de quebra, são obrigados a votar nos nomes que a milícia indica. A mesma coisa que ocorre com os evangélicos nos seus templos instados pelos seus pastores… intermediários de deus na terra, “se é que você me entende”. É por isso que muitos políticos bozistas são campeões de votos. Ora, ora ora, porque se todo mundo sabe disso, ninguém leva em conta este fato crucial que está destruindo as instituições no país?
Esse momento chegará. Aguardemos. E toda quadrilha e seu chefe serão lançados ao mar, e não apenas um membro inespressivo!