O que diferencia o Jair Bolsonaro que “pediu socorro” a Michel Temer no golpe frustrado do Sete de Setembro e o Bolsonaro que escreveu um seco e “sonoro”não à sugestão e Michel Temer para que suspendesse o seu decreto de perdão ao brucutu Daniel Silveira até o trânsito em julgado da decisão do Supremo Tribunal Federal que condenou o deputado?
Na minha visão, o fato de que avaliou ali não ter condições de avançar sobre o Supremo Tribunal Federal e, agora, acredita que tem.
Cá de fora, não é possível assegurar que esta convicção de Bolsonaro se deva a algum compromisso de apoio das instituições militares apoiarem planos golpistas, o que não havia então, mas não se pode assegurar que haja agora.
Mas há outra questão, e essa é mais palpável.
É que, até um mês atrás, nutria a esperança de que estava numa recuperação consistente de popularidade – o que se dissolveu – e, agora, sente a necessidade de tentar recobrá-la com uma radicalização de “pé embaixo”.
Agora, sua esperança é a que tinha antes do fiasco do golpe do Dia da Independência , levantar suas hostes e criar um clima de intimidação para a oposição.
Aí sim, usando também as forças militares do país, controlada em parte por uma gente obtusa que, ela sim, não sabe lidar com a história e com o fato que a culpa não está na farda, mas nos que as envergaram para agir de forma espúria.
Bolsonaro virou as costas para a política e voltou-se todo para o fanatismo.
Temer, positivamente, para isso não presta.
E, ainda, estava “devendo” as risadas do pós-cartinha de sua intervenção “pacificadora” naqueles dias.
Não há paz a fazer mais com o STF, só guerra.
Bolsonaro não pensa em atrair a direita bem falante para seus planos eleitorais de agora, que são os de passar ao segundo turno.
Sabe – ou imagina – que ela virá no segundo turno.
Até lá, tchau, querido.