O perigo que se via, minutos atrás, no último post, virou realidade.
Os jornais anunciam que o Governo vai ser usado para liberar rodovias.
Uma ação perigosa em que sobra, politicamente, o que falta nos postos: gasolina.
MIchel Temer, anuncia-se, fará um pronunciamento em rádio e TV “para mostrar autoridade”.
A Forças Armadas vão, de novo, ser “bucha” da capacidade que falta a ele, a de governar.
Um bom planejamento, já que não há interrupção das vias para que as pessoas possam se deslocar, já teria produzido comboios escoltados por militares para abastecer, ao menos, as empresas de ônibus e os serviços essenciais nas regiões metropolitanas.
Nos anos 80, um movimento de empresários de transportes montou um bloqueio que interrompeu o tráfego na Avenida Brasil, à época o único acesso expresso da periferia do Rio ao Centro (não existia ainda a Linha Vermelha). Brizola, apenas tolerado por muitos setores militares, não teve dúvidas e, ainda cedo, apelou ao então Comandante Militar do Leste, general Bayma Denis, para montar uma operação aerotransportada por helicópteros, com o apoio de dezenas de guinchos, e reabriu a via.
Demorar é fatal, em casos assim, porque agora o enfrentamento é com uma ação já estruturada. E, neste caso específico, jogar sobre o Exército os estilhaços da impopularidade de um governante ilegítimo.
Tudo caminha para um desfecho que, pelo improviso, não tende a ser rápido e tranquilo.
Embora sirva para mostrar o que é “intervenção militar” a muitos que a defendem.