A manchete da Folha mostra o que vem por aí e confirma o que ontem se escreveu aqui, que A água chegou a Guedes.
Só o fato de ter-lhe sido imposta uma “meta” em meio a um quadro econômico mundial francamente desanimador mostra que Jair Bolsonaro não tem a menor noção de processos econômicos como também que Paulo Guedes é pusilânime o suficiente para aceitar, como qualquer gerente de loja, alcançar índices a todo custo, para não perder o emprego.
Li, agora há pouco, num destes fóruns de economia um comentário que tornou o riso inevitável: “os investidores locais não acreditam mais na politica econômica do governo porque ninguém pode acreditar naquilo que não existe!”
Cruel, porque até existe apenas para o mundo das finanças, que é parte, mas não toda a economia.
Em que aposta o Governo para chegar aos “magníficos” 2% de crescimento?
Em primeiro lugar, em prover liquidez ao mercado – rebaixando a níveis insustentáveis a taxa de juros básica, inundando o crédito imobiliário via Caixa e reduzindo os depósitos compulsórios da banca, o que vai, na veia, para a especulação em renda variável. O resto é só venda de patrimônio, que não é simples e não resolve senão as “contas de chegar” para a redução do déficit público.
Tudo ancorado numa taxa baixíssima de inflação que, esperam, a anemia da renda da população vá segurar assim.
Não é preciso ser um gênio para ver que a equação não fecha, porque sem consumo não há razão para investir, empregar e produzir, ainda mais com os níveis enormes de capacidade ociosa do parque produtivo. Aliás, essa ociosidade é a porta aberta para a obsolescência dos processos, que hoje envelhecem a um ritmo muito mais rápido.
A atividade econômica interna rateia e “bate pino” diante da estrada difícil que temos pela frente. A gasolina do posto, já se percebeu, é “batizada”.
Restaria como válvula para isso o comércio exterior. Igual não é preciso ser genial para ver que, ao menos este ano, deste mato não sai coelho, embora possam sair cobras, jacarés e escorpiões, a depender da continuidade dos bons índices econômicos dos EUA e do tamanho do desastre em China & companhia, pois a Europa e Japão estão com a língua de fora, como mostram os seus índices de PIB, zerados ou negativos.
A que nos conta a manchete da Folha é, em si, mais um elemento de agravamento da incerteza econômica. E dos grandes.
Guedes não é mais “intocável” e é possível que alguns leitores agora entendam porque tenho dado tanta atenção às ameaças econômicas, enquanto a política produz tantas manchetes chocantes.
E isso destrói o que resta de viabilidade política do Governo Bolsonaro.
Na juventude, quando dava aulas de matemática em curso supletivo, sempre que possível propunha os problemas com quantidades numéricas em dinheiro.
Ninguém se enganava.
11 respostas
O Chi-cago Boy da terceira idade vai tentar vender o jantar pra pagar o almoço. A demissão de um monte de empregados das lojas de bugigangas do véio da havan é mais um sinal do quadro real da situação. Fora isso, todo mundo vê aumentar a quantidade de placas de liquidação e promoções pelo comércio, além do aumento das faixas de Aluga-se/Vende-se/Passa-se o Ponto. Placas de Vende-se em imóveis residênciais permanecem por tempo prolongado e os proprietários acabam fazendo acordos à base de permuta com outros bens para conseguirem vender. A coisa tá tão preta que até os empreendedores dos panos de chão em semáforos estão fazendo promoção: no ano passado, eram 5 panos por R$ 10; no fim do ano, eram 6 panos por R$ 10; ontem eu já vi placa de 8 panos por R$ 10.
Puxa! 1 paninho desses, na Havan, custa R$ 5,99. Como é que o véio vai conseguir vender com essa concorrência e com o nojo que milhões de pessoas têm da cara dele e das suas lojas construídas em ritmo de hospital chinês com dinheiro farto do BNDEs a juros subsidiados e prazos de até 100 anos?
A Havan vai falir. É como diz o Bozo: -“O bicho vai pegar!”
Brito, o mercado agora vai fazer lobby para trocar o guedes e mais uma vez engrupir a população num novo AGORA VAI.
Daqui a um ano não foi e ai vem um terceiro ministro para a véspera da eleição com uma política keynesiana com aumento de gastos públicos, etc, etc…. etc.
Aí vem a eleição com clima de festa porque o desemprego caiu 1% e muita propaganda na goobels.
Escrevam que vai ser assim.
Responsabilidade é de quem nomeia e comanda. Quando isso não existe o fracasso é a consequência lógica. E obviamente estão se lixando para o bem estar do povo. Só pensam no próprio. A guilhotina resolveria, a forca também. Ou então se Fidel fosse brasileiro e estivesse vivo.
No governo de um presidente imbecil, o próximo ministro da economia também vai ser um imbecil, como Guedes. E de imbecil em imbecil, segue o afundamento de um país que, outrora, tinha pretensões de se tornar independente, autônomo, forte, progressista, dedicado à redução do IMENSO abismo de desigualdade social que aqui existe. RIP (Requiestat in pace) para aquele país.
Se este governo tem alguma saída, ela está na saída de Guedes. Com ele, o caos é certo. Sem ele, é duvidoso. Sem ele, o mercado se desespera, salvo se o substituto prometer que as reformas virão. O problema é que a economia só se recuperará com a intervenção do estado. Basta dar um passo nesta direção que o mercado vai reclamar. Essa conta só fecha a favor de Bolsonaro com um regime de força. Por isso, ele tentará o golpe com os militares e as polícias. A contagem regressiva está em andamento.
Acho que foi o Rodrigo Vianna que tuitou ontem: A economia está ruindo. E o Brito disse que o carro alegórico do “agora a coisa vai” desandou.
Pão de Açúcar amargou queda de 71% no 4o trimestre x 2018. O Dia trocou de presidente para ver se entra no azul.
Ontem, o jornal Valor disse que é a recuperação da economia mais lenta da história. O Br Investing falou da queda da previsão do PIB para 2020. O R7 também e do alto valor do dólar. BBC News, da eventual saída do Guedes. Carta Maior detonou, falou de todos os índices ruins da economia. E etc.
Na eventual troca do Ministro da Economia, Bolsonaro vai procurar quem? Algum general barrigudo que vai dar ordem unida para o crescimento econômico?
Eles não acreditam em investimento público. Não acreditam que salários melhores trazem consumo e levantam os índices econômicos. Não acreditam que é bom para o país que empregadas domésticas viajem de avião. Eles não acreditam em nada que seja público ou que se origine do Estado. Eles acreditam mesmo é no velho Consenso de Washington. Acreditam que o alinhamento integral aos Estados Unidos vai trazer desenvolvimento e bem estar ao povo brasileiro.
Eles vão nos levar ao fundo do poço sob aplausos e urras do gado imbecilizado.
Eles sabem que a política econômica não vai trazer nenhum benefício ao trabalhador e ao povo e nem estão preocupados com isso. A preocupação é apenas com o prejuízo que a visibilidade disso causa à imagem, especialmente em ano eleitoral.
LÁ NO ALTO DO MONTE MAIS ALTO BRASIL, O VELHO GURU NEFASTITO BOLSOLITO JÁ PROFETIZOU: vai ter manipulação de todos dados da economia brasileira em 2020 para se conseguir a façanha histórica de um governo fascista e burro conseguir que o país cresça pelo menos 1 % com esse quadro de pessoal do executivo composto só com ignorantes e imbecis. AGORA É SÓ ESPERAR E CONFERIR. ESSE GURU NUNCA FALHOU.
Somente com um novo comandante no navio para ele não naufragar. Ciro é a solução quer queiram quer não.