Guerra na PGR começa na festa de posse de Raquel Dodge

revirav

Daqui a minutos começa o ato de posse da nova procuradora geral da República, Raquel Dodge.

Cumpridas as formalidades e assim que sair dali a figura constrangedora de Michel Temer, liberando as conversas de grupos nos corredores, as conversas serão terríveis.

A entrevista do procurador – recém liberto – Ângelo Goulart Villela à Folha é um bambuzal inteiro para que os dois grupos em que se divide o Ministério Público se atirem flechas.

Afinal, Villela, por mais que possa estar se vingando do ex-amigo que o mandou prender – segundo a entrevista, para encobrir seus propósitos políticos -revela o clima de armações e conspirações que tomou conta da instituição.

Janot interpretou que eu havia mudado de lado também para apoiar a Raquel Dodge, a principal e mais importante adversária política dele.

No Encontro Nacional de Procuradores da República, em outubro do ano passado, início de novembro, o Janot soltou uma frase que me chamou a atenção. Estavam eu e mais alguns colegas, poucos, e ele falou: “A minha caneta pode não fazer meu sucessor, mas ainda tem tinta suficiente para que eu consiga vetar um nome”. E ele falava de Raquel, todo mundo sabia.

 A gente sabia que Raquel seria a pessoa indicada. Eu fui tachado por Rodrigo como se tivesse me bandeado para o lado dela. Esse era um alvo da flecha. O outro era que, derrubando o presidente, e até o nome da operação era nesse sentido –Patmos, prenúncio do apocalipse–, ele impediria que Temer indicasse Raquel. Não tenho dúvida alguma que houve motivação para me atingir porque, assim, ele [Janot] lança uma cortina de fumaça, para mascarar essa celeridade de como foi conduzida, celebrada e homologada uma delação tão complexa, em tempo recorde.

O Rodrigo, durante todo esse momento, não se preocupou com os esclarecimentos dos fatos. Fiquei 76 dias preso e até agora não fui ouvido na ação penal e na de improbidade. O Rodrigo só se preocupou com o que era conveniente para manter a versão dele, que hoje os fatos revelam ser meras fantasias. Fui uma pessoa útil. Seja porque ele se sentiu traído, seja porque seria importante ele demonstrar que estava sendo imparcial.

É, como se vê, não só o necessário para ampliar a guerra interna da PGR, do que já se tratou aqui, mas material até, se não se tratasse de uma instituição de deuses, mas de servidores públicos, para abertura de um procedimento de investigação sobre desvios de conduta de seu ex-chefe e seu grupo dirigente.

Para além da corporação, porém, a entrevista serve para demonstrar que houve uma inversão completa do Direito com os superpoderes do Ministério Público, quando ele aforma que “hoje, prende-se para investigar. O ônus da prova é do investigado, eu que tenho que demonstrar que sou inocente”.

É o “pendura até falar” que se importou de Curitiba, porque o resultado de poder acusar desta forma enche de poder os procuradores que o fazem. A “causa santa” do combate à corrupção justifica qualquer absurdo e deturpação num órgão de Estado onde, na verdade, o que se disputa é poder.

Janot começa agora a suportar aquilo que ele próprio fazia praticar. Dificilmente escapará da execração pública. O único lado positivo é que exibe as entranhas do monstro acusador que se agigantou desde que se tolerou o endeusamento do “açougue de Curitiba”,  depois expandido para o “matadouro de Brasília”.

Porque a Lava Jato é uma só e, como se viu, engoliu a instituição Ministério Público.

E, que ironia, nos deixa impune Michel Temer, agora mais sólido, o maior dos ladrões, que nos roubou a democracia.

contrib1

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16 respostas

  1. Operação. Abafa mischell a todo vapor ate quando vamos ter de atolerar essa quadrilha no poder eo gilmar ta muito quieto nesse angu tem carroço e dos grandes

  2. Há um verdadeiro “pacto de sangue” entre a PGR e o STF. Todo isso é teatro. Estão todos juntos na consolidação do Golpe. O Brasil de hoje vive uma Caça às Bruxas. Um vale tudo. A constituição é decorativa. O direito de defesa foi absurdamente relativado. Presunção de inocência acabou. Prende-se pra depois investigar. Absolver o acusado é um milagre. Antes a a condenação precisava de certeza absoluta, hoje na dúvida condena-se.

  3. Até que não sou contra o “pendura até falar”. Vejam o caso desse Geddel. Pendura ele até ele falar de quem mais era aquela grana. A questão é que querem que os caras falem aquilo o que “eles” querem ouvir. Não querem que falem tudo, mas só aquilo que (contra o Lula) interessa. Além do que bem que poderiam pendurar um tucano até falar também, motivo não falta. Só pra variar.

    1. Mas você acredita MESMO que ele roubou aquilo de um ano para cá? Justamente quando as investigações estão mais ativas e tudo mundo está de olho? A maior probabilidade é que a maior parte daquele dinheiro (talvez até a sua totalidade) foi amealhada quando ele era ministro de Lula e Dilma e o PMDB era parte da base aliada petista e da sua ORCRIM.

      1. Lógico que não….Mas se a Dilma era ou é ladra…porque os ladrões a arrancaram da Presidência? Talvez porque ela..tenha enquadrado os meliantes…ou vc acha que não?

      2. tá vendo? é disso que eu tinha falado, é lógico que ia sobrar pro Lula. Arnesto não entendeu nada.

          1. Já notei que isto se repete entre vocês, sempre que alguém não responde de imediato vocês saem dizendo que ele ficou sem argumentos ou coisa que o valha. Nunca lhes ocorre que o sujeito comentou e foi fazer outra coisa. E o seu xeque-mate está mais para ameaça ao peão. Parte dos antigos participantes da ORCRIM da base aliada petista rendeu-se à vontade do povo nas ruas e voltou-se contra a Dilma. Claro que alguns também devem ter agido por questões pessoais, mas isso não teve nada a ver com algum hipotético surto de honestidade da presidanta, que esteve envolvida com crimes desde os anos 60 e participou de todo o esquema desde 2003.

          2. Fabiano

            Esse Ernesto é mais um verborrágico, grosseiro, que adjetiva e acusa, mas não apresenta provas. Os detratores do Ex-Presidente Lula e da Presidenta Dilma se mostram olavetes de primeira grandeza, com a mesma “capacidade argumentativa” demonstrada pelo guru que cultuam e seguem.

  4. Quero que esse canalha se foda!
    Foi peça fundamental do golpe. Que seja devorado pelos golpistas q ajudou a colocar lá.
    Que vá pedir ajuda agora para seus amigos tucanalhas…

  5. Prezado Fernando Brito, prezados leitores.

    Se tiverem paciência, leiam os comentários que postei no GGN, no blog do Marcelo Auler e mais recentemente aqui. Escrevi dois ou três artigos sobre Rodrigo Janot, sobre a PGR, sobre o “monstro” a que se referiu Sepúlveda Pertence e sobre a Fraude a Jato, à qual chamo pelo que de fato é e sempre foi, desde que foi deflagrada, há mais de três anos: UMA ORCRIM INSTITUCIONAL, composta por policiais federais, procuradores do MPF e por juízes federais, encabeçados por sérgio moro. Sempre fui contundente e impiedoso com essa ORCRIM institucional porque os propósitos político-partidários, golpistas, oligárquicos, plutocratas, cleptocratas e entreguistas daqueles que a comandam sempre foram cristalinos para mim.

    A Fraude a Jato JAMAIS teve ou tem om propósito de combater a corrupção, mas sim o de derrubar o governo legítimo da Presidenta Dilma Rousseff, aniquilar o PT e a Esquerda Política Organizada, criminalizar os líderes petistas (José Dirceu, José Genoíno, ex-ministros que serviram aso governos petistas, a Presidenta Dilma, etc.) sobretudo o Ex-Presidente Lula, a quem acusam e condenam, SEM PROVAS, de modo a inviabilizá-lo para a vida política, já que numa disputa democrática e limpa ele se elege novamente Presidente da República no ano que vem. A PGR sempre foi o alto comando local do golpe de Estado midiático-policial-judicial-parlamentar. O alto comando internacional fica nos EUA, que desde o início da da década busca se apoderar das riquezas estratégicas do Brasil (petróleo e gás, termonuclear, etc.) e abortar os projetos estratégicos em áreas como energia nuclear, submarino a propulsão nuclear, petróleo e indústria petroquímica, setor aeroespacial, águas e hidroeletricidade, proteína animal, produção agrícola, construção pesada e TODO e qualquer setor em que empresas brasileiras, com capital nacional, eram fortes concorrentes nos mercados mundiais, competindo em condições vantajosas com as estadunidenses, européias e asiáticas.

    Não deixem de ler a matéria e o debate que travei com o Procurador de Justiça do RJ, Antônio José Campos Moreira e confiram o que os fatos, a História e o tempo estão mostrando. http://marceloauler.com.br/forcada-de-barra/#comment-10073

  6. Não creio que a nova procuradora geral tenha vindo ou foi escolhida pela sua imparcialidade ou carater profissional. Simplesmente, para a preservação e manutenção do objetivo do golpe.- manter o Temer e aliados (politicos, ministros, juizes e procuradores) imunes de todas ou quaisquer acusações de corrupção ou retiradas de seus beneficios. Se o Janot falhou, isso somente a história dirá.E quanto a nova procuradora, vamos aguardar como se comporta no exercício da função…

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