Não foi diferente do que se imaginou, mais cedo, neste blog.
Prepara-se uma ofensiva policial contra a divulgação das mensagens trocadas entre procuradores da Força Tarefa com o ex-juiz Sérgio Moro e outros personagens da chamada ‘Operação Lava Jato”.
Isso foi dito, minutos atrás, pelo próprio Intercept, em texto no qual mostra a quantidade de veículos de imprensa que já atestaram a veracidade dos materiais publicados:
Apesar da abundância de provas da autenticidade do material, publicadas pelos diferentes veículos, diversas fontes disseram ao Intercept ao longo dos últimos dias que a Polícia Federal, durante o afastamento do ministro Sergio Moro, está considerando realizar essa semana uma operação que teria como alvo um suposto “hacker”, que supostamente seria a fonte do arquivo. Esse suposto hacker seria estimulado a “confessar” ter enviado o material ao Intercept e que esse material teria sido adulterado. (…)
A conduta de Moro, Deltan e da força-tarefa demonstrada pelas reportagens do Intercept e de nossos parceiros jornalísticos é indefensável. É por isso que o ex-juíz e os promotores, ao invés de defender o indefensável, optaram pela estratégia equivocada de insinuar – sem nunca afirmar diretamente e muito menos apresentar uma única prova – que o material pode ser inautêntico ou ter sido alterado, e que nós, jornalistas, somos “aliados a hackers criminosos”. É provável que a tática de confundir e enganar o público seja a única que resta aos envolvidos e ao governo – incluindo a própria Polícia Federal, sob comando de Moro, em mais um flagrante conflito de interesses.
Há diversos sinais disso, inclusive o estado de excitação em que perfis anônimos na rede e um site de extrema-direita que funciona associado a Moro e à Força Tarefa mantém entre os grupos bolsonaristas radiais.
Glenn Greenwald redobrou seu esforço para denunciar as ameaças na imprensa internacional – a daqui acha que esta gente ainda tem limites – e acho que seu próximo passo é acelerar a publicação de material ainda mais comprometedor, que ajude a atar as mãos dos instrumentos repressivos que se cogita usar, com a conveniente ausência de seu mandante.
Tenho, como também disse mais cedo, que o resultado prático disso será a aceleração da revelação de situações mais chocantes ainda contidas nos diálogos em poder do The Intercept.