Janot: do tudo ao menos que nada

Poucas vezes uma imagem terá sido tão simbólica quanto a captada ontem por Marcelo Chello, da Folha, no lançamento do livro Nada Menos que Tudo, tragibiografia funcional do ex-procurador Rodrigo Janot.

Quase ninguém foi e, talvez, dos que foram, a alguns tenha levado a morbidez.

Solidão é pesada, destas que rasgaria por dentro qualquer um.

Mas que capeia um livro muito mais importante do que que a vaidosa narrativa que Janot faz de si mesmo.

A história de quem se embriagou com o gim da vaidade, que teve a mente turvada pela ambição, cegou-se pelas luzes da mídia , que traiu, miseravelmente, tudo aquilo em que um dia acreditou e que jurou servir e, afinal, vê-se como um pária, um resto humano de quem todos querem distanciar-se.

Janot, tão convencido estava de ser a “esperança do Brasil” com que se exibiu, um dia, inebriado, é uma imagem de um Dorian Gray às avessas, onde o desvario do personagem acaba por desabar sobre o próprio ator.

Ou uma encarnação do verso de Augusto dos Anjos, o “acostuma-te à lama que te espera”.

Ele, que nos fez perder muito, que não nos faça perder também o pudor em ver alguém morrer em vida.

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25 respostas

  1. O poder ou a sensação de poder mais do que transformar o indivíduo de fato e apenas o revela sem disfarces.

  2. O poder ou a sensação de poder mais do que transformar o indivíduo de fato e apenas o revela sem disfarces.

  3. “não nos faça perder também o pudor em ver alguém morrer em vida”.
    Eu sou um despudorado.
    O Janot que se FÔDA !

  4. Acho que a família de Janot deve se preocupar com ele. No rumo que as coisas vão, há risco dele partir para a segunda parte do plano, sem ter executado a primeira. Coloquem o CVV na linha enquanto é tempo.

    1. Penso também, não de agora, mas, de antes da sua saída do cargo, que aquela pistolinha ao lado da cama que ele mencionou mais de uma vez, que fantasiosamente ele disse que esteve a ponto de usar contra o Gilmar, tem um encontro com a sua própria têmpora. Depois dessa sessão de autógrafos, é bom que fiquem de olho nele.

  5. A justiça é poética.Tem muito mais gente que fatalmente irá tem que passar pelo mesmo resgate. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória,

  6. Isso eu sou obrigado a jogar na conta da Dilma e do PT. Eles foram alertados a não reconduzir o Janot para a PGR, mas o MP pressionou e a Dilma queria ser “republicana”. Isso poderia ter atrasado o impeachment e enfraquecido a Lava Jato… Acho que foi aquela porcaria de ministro da Justiça, o Cardozo-Tucanável, que convenceu a Dilma a aceitar o Janot. Deu no que deu.

  7. Acabou como os demais golpistas: Cunha, Aécio, Temer. Não será diferente com Moro, Bolsonaro, Villas-Boas, Mourão, etc. O mundo da voltas e um dia chega a fatura. Simples assim.

  8. Não é a toa que a vaidade é um os sete pecados capitais….Mas no caso do Sr. Janot, os motivos que o fizeram revelar suas ações ainda estão obscuros.

  9. Lá do interior do Rio,ou acho que do Brasil inteiro:”O castigo vem a cavalo”.Seu MPF destroçou a economia e fez virar pó milhares de empregos.Familiares de desempregados aplaudem o “embriagador” sucesso da “esperança do Brasil”.

  10. O mafioso ex-procurador como todo covarde, agora, tenta se blindar
    de seus crimes dando uma de,…. ” louco “.
    Ou, ” desvairado ” que ” foi levado ” pelo ” sistema ” a cometer
    crimes pelo,…. ” bem da nação “.
    Quando viu a alcance da VAZA JATO tratou de escrever seu livrinho
    tentando sair pela tangente e jogando a mér.. ( que todos denunciavam ) no ventilador.
    Além de cínico, corrupto, corruptor e mau caráter, não passa de um
    covarde.

  11. ele ficou disfarçado com aquele cavanhaque mas o PDF já tinha puxado o tapete dele. É o tal do cavalo encilhado do Brizola. Ou vc monta quando passa ou já era. Se deixar pra depois a nossa memória de peixe faz o resto. Foi como o Roberto Leal tentar se eleger agora q ninguém mais sabe quem ele foi. Peron no Brasil durava apenas uma quinzena, se tanto

  12. desolador mas como diz um ditado” quem procura acha” eis aí o outrora tão poderoso janot parecendo ruminar seu ocaso!

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