A “jogada” dos R$ 42 bilhões para a segurança

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Ontem, logo após do anúncio dos fantasiosos R$ 42 bilhões em empréstimos para a reestruturação da área de segurança pública, escreveu-se aqui que este dinheiro não existiria, na prática, menos ainda no curto prazo. Hoje, o repórter Rodrigo Viga Gaier, da Reuters, detalha tudo o que foi dito aqui, numa comprovação da natureza meramente demagógica do anúncio feito ontem por Michel Temer:

Os Estados terão dificuldades e limitações legais para contrair novos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos na área de segurança, disseram três fontes do banco após o anúncio da criação de uma linha de financiamento para ações na área.

Segundo as fontes, que falaram sob a condição de anonimato, a maioria dos Estados brasileiros tem problemas fiscais, endividamento elevado perante sua receita corrente líquida, estão no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e com uma exposição elevada junto ao próprio BNDES.(…)

Para as fontes do BNDES, o anúncio pode ter tido um viés político eleitoral e que será preciso encontrar uma criatividade política para viabilizar as liberações.

“Ninguém entendeu que 42 bilhões são esses… parece algo político. Só tem um Estado que ainda tem condições de tomar dinheiro no BNDES, que é o Espírito Santo, e, só pode tomar pouco. Os demais já estão no limite de crédito com o banco ou em situação de inadimplência”, disse uma das fontes.

“Vai ter um monte de governador pedindo e vai se criar um desconforto porque o banco vai ter que negar, uma vez que não tem limite para tomar. Vai gerar um enorme ruído”, acrescentou essa fonte.

O “de mestre” é, certamente, discutível. Mas que a preocupação de Temer com a Segurança, da qual se tornou arauto tardio, é “jogada”, é fora de questão…

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