Desligue, por uns minutos, da historinha que a grande mídia conta, sobretudo na Folha, de que “Jair Bolsonaro está se recuperando” e “Lula tem tendência de queda”.
Nem mesmo nas pesquisas, das quais jornais e bancos – insuspeitos de “lulismos” – conseguem “engatar” esta versão, embora haja muita gente boa que deixa se levar por isso.
Eleição não se ganha de véspera, e é claro que entre ser favorito e eleger-se há um oceano que Lula tenta transpor com alianças políticas mais amplas que o PT jamais ousou.
Observe, porém, que por detrás dos comentários sobre os números das pesquisas, volta, sem se mostrar abertamente, a história de que a rejeição ao ex-presidente, obra da Lava Jato, não lhe permitiria formar a maioria necessária para vencer Jair Bolsonaro.
Para esta tese recorrente, é claro, não há nenhuma pesquisa a sustentar.
Nenhum dos candidatos da tal “Terceira Via” obtém contra o atual presidente, nas simulações de 2? turno, sequer a metade dos 21 pontos de vantagem que Lula tem sobre Bolsonaro, mesmo na pesquisa Datafolha e a situação é pior ainda para eles em outros levantamentos.
Tiveram e têm a estratégia errada, porque jamais puderam fugir de sua natureza direitista e impregnada de ojeriza à natureza popular do ex-presidente e dominada pelo populismo moralista que achavam que seria mais forte que o instinto de sobrevivência da população.
Vão insistir nisso e não se espante que o discurso bolsonarista vá ser repetido por todas as bocas no debate presidencial.
Não se reclame, pois, da polarização. Eles a fizeram.
Mas contra o polo errado.