Mais de 1 milhão de assinaturas são ‘papel higiênico’ para Bolsonaro

Há, no momento em que começo a escrever, 1.013.479 assinaturas na Carta às Brasileiras e Brasileiro em Defesa do Estado Democrático de Direito, número que tende a se multiplicar, agora que atos públicos por todo o país deram divulgação ao movimento.

Jair Bolsonaro sentiu o golpe e, como sempre, reagiu a coices.

Disse que o manifesto “vale menos que papel higiênico”, que equivale a “uma carta contra as drogas assinada pelo Pequeno”, ou “um manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque”. E que era uma “micareta do PT”.

Nem é preciso lembrar que o documento leva a assinatura dos mais importantes juristas do país e de nada menos que 12 ex-ministros do Supremo Tribunal Federal: Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Francisco Rezek, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio Mello, Nelson Jobim, Sepúlveda Pertence e Sydney Sanches.

Ou que provocou editoriais de apoio nos maiores jornais do país, nenhum deles com simpatias pelo PT, a não ser em sua cabeça doentia.

O fato objetivo é que Bolsonaro perdeu a ribalta da política hoje e, ao desqualificar de forma tão equina o documento é ele próprio quem o transforma numa ferramenta da candidatura do ex-presidente Lula que está, para vários dos mais importantes de seus signatários, longe de ser sua preferência político-eleitoral.

É claro que a carta, infelizmente, não fala ao Brasil profundo, do povão, mas isso não reduz sua importância, porque o terreno da classe média e da mídia é onde a vantagem de Bolsonaro é acentuada.

Bolsonaro está errando na política, porque não se pode chamar de acerto político a distribuição de recursos do Tesouro a pessoas que não têm nada, exceto fome e carência.

Está se mostrando abalado e isso é muito ruim para quem se apresenta como “valentão”.

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