Mais desastre a caminho

Até o dia 20, duas marcas terríveis desta pandemia terão sido atingidas pelo Brasil: 1 milhão de infectados pelo novo coronavírus e 50 mil deles mortos.

É o inevitável resultado da loucura com que nossos governantes estão se portando, temerosos de perder apoio entre o empresariado e a alta classe média que pressionam pela reabertura do comércio já e ontem.

Os índices de isolamento social caem sem parar. Pela medição do site Inloco, especializado em monitoramento de localização de celulares, Rio e São Paulo (veja acima) baixaram ontem aos menores níveis desde o início da epidemia, em março.

A dita “flexibilização” – que acabou indo parar na Justiça – acaba sendo posta em prática, desordenadamente, por uma população cansada e confusa, sem liderança e sem certezas.

Mantida a tendência dos números da semana passada, teremos novos recordes a partir da divulgação dos dados de hoje e, em consequência, mais temor de que a depressão das atividades econômicas siga indefinidamente.

A confusão criada pela decisão estapafúrdia – e previsivelmente inócua – só contribui para tornar menos crível o que se decide nos governos, nas três esferas e, com isso, leva as pessoas a comportamentos de risco imprudentes.

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5 respostas

  1. Bolsonaro conseguiu semear a dúvida e a desinformação. O caos é a consequência necessária. Devemos sempre lembrar que o Ministério da Saúde está ocupado pelos militares. Portanto, os militares têm responsabilidade maior nas mortes.

  2. Ah! se fosse um sertanojo morto num acidente automobilístico, se fosse uma banda infanto juvenil morta num acidente de ônibus ou um time de futebol desaparecido num acidente aéreo… A comoção seria geral, as campanhas “Força XV de Araracariguaba”, “Valeu, Manuel!” e “Marombas 4ever” teriam inundado os meios de comunicação. Mas 1000 mortos por dia torna-se um número sem rostos, sem sucessos nas paradas, sem campanhas “heróicas” na série A… Por aqui, dezenas de milhares de mortos por ano em acidentes de trânsito ou crimes não comovem, assassinatos de crianças em favelas não comovem também, então “índio, mulato, preto ou branco / a morte não causa mais espanto”. Quer dizer, o que comove mesmo é a morte de CNPJs, o resto não importa. Eu estou sentindo muito nojo deste país, deste lugar pré-civilizado.

  3. Caminhando rumo a MORTE. O importante é ir no shopping para comprar (ou só olhar) bugigangas inúteis de plástico e comer porcarias processadas cheias de gordura e açúcar. Danem-se. Que morram todos.

    1. Fora os PREÇOS desses produtos,mais o do estacionamento ABSURDAMENTE caro,sem contar que SHOPPING tira o poderio econômico de outras áreas das cidades CONCENTRANDO,ENCARECENDO somente uma.Somos educados para sermos CONSUMISTAS e nem percebemos através de PROPAGANDAS.

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