A memória é o que não podem tirar do povo

XAROPE

Uma nota da coluna de Ancelmo Goes, em O Globo, dá conta que pesquisa feita com 1.200 pessoas, sob coordenação do cientista político Antonio Carlos Almeida, diz que dois terços dos brasileiros (65%) classificam como bom ou ótimo o período de governo de Lula, percentual muito semelhante ao que era registrado no início de seus mandatos.

Logo em seguida, é claro, Almeida apressa-se a dizer que “que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

“A avaliação que o eleitor tem do governo Lula não tem relação alguma com as dificuldades que o ex-presidente tem passado, como a condenação e prisão. O eleitorado separa as duas coisas. Mas a melhoria de vida durante o governo Lula permanece na memória”.

O doutor que me perdoe, mas uma coisa não é uma coisa sem ser também outra coisa.

Na sua simplicidade, o povão percebe que o que foi feito a Lula e não foi feito a político nenhum  tem relação com Lula ter feito o que não foi feito por político nenhum: dar ao povo brasileiro e a este país um mínimo de dignidade já e um olhar esperançoso sobre o futuro.

Tanto é assim que outra pesquisa, a do Datafolha, diz que Lula é considerado, longe, quem tem mais condições de tirar o país da crise.

Almeida sabe que não é mero “recuerdo” o fato de que “a melhoria de vida durante o governo Lula permanece na memória” popular.

E a memória popular é combustível capaz de gerar comportamentos muito, muito tempo depois de ter sido criada.

Recomenda-se, a quem não acredita, que revisite o fenômeno Getúlio, que saiu da vida e permaneceu como bandeira.

É por isso que se faz tanto esforço para que Lula “não exista” nas eleições presidenciais.

Não exista como candidato, em primeiro lugar mas, também, para que permanecça reduzido ao silêncio de uma cela, como demonstrou a sorrateira manobra para evitar o “risco” de que sua detenção fosse amenizada para uma prisão domiciliar, quebrando sua, na prática, incomunicabilidade.

Enquanto muitos querem o “Lula Livre”, eles querem o “Lula Mudo”.

 

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18 respostas

  1. Vou repetir uma coisa meio dura que já disse. O que estão fazendo com Lula, num regime que ainda não é de repressão e mantém certo nível de liberdade de manifestação, é algo que SÓ NO BRASIL poderia acontecer. Em qualquer lugar do mundo, onde o povo tenha um MÍNIMO de fibra, sangue nas veias, o país e suas ruas já estariam pegando fogo há muito tempo. É inacreditável a alienação e pusilanimidade do brasileiro. Hoje mesmo ouvi coisas de uma amiga funcionária da Petrobrás, que são de uma estupidez catastrófica. E não adianta explicar nada, vivem numa realidade virtual que a Globo criou.

    1. Na verdade, é um problema que vem de longa data. Moro no sertão baiano e pelo menos duas vezes por semana você poderia ouvir, nas rádios regionais, críticas ao bolsa família, inclusive do ex-bispo de Petrolina, que chamava-o de programa eleitoreiro, que induz à ociosidade, etc. Além naturalmente da grande mídia, como o Alexandre Garcia, muito repercutido pelas rádios do Brasil inteiro. Um vizinho latifundiário disse-me uma dia que “não admitia que tirassem meu dinheiro para dar a esses vagabundos”. De família rica, respondi-lhe que ele recebera uma bolsa muito maior que foram seus estudos de medicina na UFBA, ao que ele retrucou “mas aí é diferente”. Anos a fio com esse e outros tipos de “publicidade” você cria o ódio irracional, mesmo em pessoas que foram, direta ou indiretamete beneficiadas pelos governos do PT.

    2. Infelizmente você esá correto. Tenho sondado pessoas da classe média e das ditas “classes populares”. O nível de alienação, a incapacidade de pensar, a ausência de lógica são aterrorizantes.

  2. OS TOGADOS CARAS DE PAU
    Direto da Fel-lha de SP

    “Indefinição sobre o auxílio-moradia impôs ao país os custos de um privilégio indefensável

    Uma decisão tomada há quase quatro anos pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, já custou mais de R$ 4 bilhões aos cofres públicos sem que a controvérsia em torno da legalidade da medida fosse solucionada pela corte.

    Em setembro de 2014, como relator de três ações movidas por juízes, Fux estendeu a todos os magistrados do país o auxílio-moradia, benefício concebido originalmente apenas para os que atuassem em comarcas longínquas.

    Desde então, até profissionais com casa própria e que residem na mesma cidade em que trabalham ganharam direito a um adicional de R$ 4.377 mensais, livre de tributos e do teto imposto pela Constituição aos vencimentos dos servidores —atualmente, o salário dos ministros do Supremo, R$ 33,7 mil.

    Fux concedeu a dádiva por meio de liminares, ou seja, decisões de caráter provisório. Seus efeitos prevalecem até hoje porque as ações sobre o assunto não foram julgadas no plenário do STF.

    Em março, quando os integrantes do tribunal se preparavam para examiná-las, Fux atendeu a um pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros e suspendeu o julgamento, remetendo o caso a uma câmara de conciliação coordenada pela Advocacia-Geral da União.

    A ideia era que as partes envolvidas se reunissem até encontrar uma solução consensual para o problema, mas o esforço foi inútil. Passados três meses, a AGU jogou a toalha na última terça (19), informando ao Supremo que a tentativa de conciliação fracassara.

    A AGU considera ilegal a extensão indiscriminada do auxílio-moradia e fincou pé na posição. As associações de magistrados que participaram das discussões também não se mostraram dispostas a ceder.

    Surgiram no processo duas sugestões para contornar o problema. A primeira seria incorporar o valor do penduricalho aos rendimentos dos juízes e, para acomodá-lo, aumentar o teto salarial dos funcionários públicos.

    A outra ideia seria propor ao Congresso a criação de outro adicional para os magistrados, proporcional ao tempo de serviço na carreira, que substituiria o auxílio-moradia.

    É fácil perceber que as duas propostas só atendem ao interesse das corporações, que se recusam a abrir mão dos seus ganhos, e não resolvem o problema do governo, que não tem dinheiro e teme alimentar pressões de outras categorias se satisfizer os magistrados.

    Cabe agora ao STF decidir o que fazer. Considerando os custos da indefinição para o contribuinte, é desejável que o faça logo.

    Não deveria ser uma escolha difícil. Num momento em que juízes e ministros do STF proclamam suas virtudes no combate aos privilégios dos poderosos, o auxílio-moradia se tornou moralmente insustentável.”

  3. Não podemos nos iludir. Não há solução pacífica para a perseguição ao presidente Lula. Só ocorrerá mudança se sangue na calçada for derramado, como disse Mino Carta!!

    1. Esperava que o restante de pequenos e médios empresários nacionais, ao sentirem “a naba voadora”, deixassem as “lojas” traidoras e trabalhassem por uma “saída Lula”. Até por que Lula é, antes de tudo, um negociador, um moderado. Fosse Brizola… Rrarrra Qual o quê!
      Eles levam caladinhos. Continuam frequentando os salões das Irmandades orientados por grãúdos traidores e gringos.
      Nas universidades públicas é ainda pior. Majoritariamente calados durante o golpe, agora us dotô esboçam uma reação… “Inês é morta”!
      Nem suas aposentadorias estão garantidas, afinal, governo de país quebrado não paga nada ni nadie!
      E os trabalhadores de até 2 SM sabem que ir às ruas é virar alvo fácil das polícias assassinas e, mesmo aqui, ninguém quer morrer.
      Lula preso e o Brasil afundando é a alegria dos Capitalistas, que se dizem: O golpe no Brasil foi mais fácil que a tal Primavera Árabe, não foi?

  4. As pessoas precisam entender que ocorreu um golpe de Estado e, principalmente, contra o Estado. As forças golpistas se garantiram nas forças de ocupação contra qualquer eventualidade. A classe dominante não aceita pessoas “sem berço” dirigir os destinos da Nação. Bastou Lula ser eleito para baterem às portas dos “isteites” com um pedido para retirá-lo. Os “isteites”, como não são bobos, perceberam a oportunidade de colocarem um país, do tamanho do Brasil, sob sua administração, garantindo recursos para seu futuro. O que estamos assistindo é a execução de um plano, diga-se, muito bem elaborado, tendo em vista que não foi necessário nem um tiro. Eles sabem como o nosso povo pensa. Na memoria do povo não estão gravadas as realizações dos governos do PT, mas sim, a máxima: Nada aqui nos pertence.

  5. Pois é, qto mais tentam emudecer a voz do LULA mais o povo grita seu NOME. SOMOS TODOS LULA! Lula disse: sejam minha voz! Disse tbm: é impossível prender as idéias! #LULA É NOSSA IDÉIA MAIOR DE LIBERDADE E DIGNIDADE.
    #LULA LIVRE !!!

  6. Não pretendo ser portador de notícias sobre o fim do mundo até porque detesto a ideia.
    Mas, de tudo o que tem acontecido, já não acredito que coisa alguma se resolva de forma pacífica, pelo meio das ideias e com base na Constituição – que, aliás, há muito foi transformada em pano de chão.
    O que está se cristalizando é que os golpistas não vão “largar o osso” e devolver o País à legalidade e à normalidade institucionais.
    Aqueles que divergem do golpe de 2016 e seus rumos impostos ao Brasil, ou se conformam com o andar da carruagem ou partem para a ruptura aberta, a busca de poder por meio de revolta armada.
    Consequências?
    As piores que se possa imaginar.

  7. “…tem relação com Lula ter feito o que não foi feito por político nenhum”. Magistral a conclusão, Brito ! E ouso dizer que até mesmo óbvia. Suponha que o usurpador ou seus antecessores tivessem feito não igual a Lula, inimaginável supor, mas digamos uns meros 60%. Ele poderia até ser reeleito ou eleger a quem indicasse. Seria mais complicado o povo perceber que 100% é maior que 60%. A comparação que é feita com o usurpador é de 100% com 00000000,0 %, fácil de ser assimilada. E se o Judiciário golpista não perceber isso e alijar realmente Lula, além de ser responsável pela catástrofe vai sofrer as consequências junto com nós todos.

  8. Mas cade este povo, de memoria clara, que nao esta’ nas ruas, parando o pais, exigindo a soltura e candidature de Lula a presidente?

  9. Na realidade o que o golpe quer é a não realização da eleição para presidente, já que até aqui, no campo da direita mesmo ou com penduricalhos de esquerda, como diz jornalista Roberto Kotscho, só tem “ninguém” para concorrer como candidato dos golpistas. Por isso Lula preso. É uma tentativa para impor sua desistência em candidatar-se, ou por em desespero as forças que o apoiam para tentar impor uma decisão, que não passe por eleição, mas sirva, a depender do que ocorrer, para justificar, que os do golpe adiem a eleição para a Presidência, e eleja um novo títere através do Congresso, na maioria golpista, por eleição indireta. Para auxiliar esse caminho, através do Supremo, no comando do golpe, o controle de notícias falsas por agências ligadas ao governo. Por isso, Lula preso ou não, a luta é pelas eleições. Adiamento, se houver, será decisão tomada pelos golpistas, que responderão pelas consequências.

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