Pesquisa Datafolha, com resultados divulgados hoje, mostra que 40% dos brasileiros (86 milhões de pessoas) receberam uma ou mais parcelas do auxílio emergencial e, deles, 69% não têm mais nenhuma renda com que contar.
Isto é, perto de 60 milhões de pessoas estão chegando ao fim de janeiro sem qualquer renda, alguns ainda tendo como saída o que puderam guardar das “vacas gordas” que lhes foram os R$ 600 e depois a metade disso, do ano que passou ou que ainda têm alguma parcela atrasada para “rapar o tacho”.
Um pouco menos, perto de 43 milhões, se considerarmos o que já relatavam perda de renda na pesquisa. Ou, ao contrário, um pouco mais, pois a pesquisa é feita pelo celular e isso provoca distorções.
Seja como for, um em cada quatro brasileiros.
É evidente que o pagamento será restabelecido, em que valor e por quanto tempo não se sabe.
O governo não resistirá à pressão logo no início da legislatura, quando se votar o Orçamento público, mas vai resistir ainda algumas semanas, provavelmente, como forma de “jurar” ao mercado a sua responsabilidade fiscal.
E, sobretudo, não vai resistir à corrosão da imagem de Jair Bolsonaro entre os eleitores mais pobres que, claro, acusam em suas opiniões o recebimento do auxílio.
É, entretanto, necessário a Jair Bolsonaro deixar o peso do sofrimento instalar-se para que o alívio seja valorizado.
Porque é só isso o que lhe interessa, não a fome alheia.