“Miserê” de R$ 24 mil, líquidos. Maria Antonieta é do Brasil

Volta e meia aparece um cara de pau como o promotor mineiro Leonardo Azeredo dos Santos, que ganhou as redes ontem com o áudio em que se diz “no miserê” por estar ganhando “apenas” R$ 24 mil líquidos mensais – bem mais, segundo o Estado de Minas, que levantou que, em indenizações, ganhou R$ uma média de R$ 68 mil por mês.

Não é novidade que a casta dos altos funcionários se sinta assim.

Todos se recordam de que , há pouco tempo, o general Augusto Heleno disse que tinha “vergonha” dos R$ 19 mil líquidos que recebia como general. Devia sentir vergonha de ter ganho os tubos (R$ 59 mil/mês) no Comitê Olímpico Brasileiro, durante seis anos, saindo apenas quando seu patrono Carlos Alberto Nuzman se envolveu na Lava Jato.

Heleno e Azeredo, ambos remunerados com dinheiro público, estão no topo da pirâmide de renda no Brasil, fazendo parte do 1% mais rico da população, com renda familiar perto de R$ 20 mil mensais, enquanto dois terços vivem com menos de R$ 3 mil de rendimento na família.

E são dois exemplos do quanto se tornou insensível a elite brasileira, que para os pobres só “receita” balas e filas.

A noção de nação da classe média-alta no Brasil não vai além das camisetas da CBF.

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11 respostas

  1. Heleno tem vergonha do que ganha e eu tenho vergonha de ser brasileira.
    Esse país está de cabeça para baixo. Os milionários privilegiados reclamam do miserê de suas vidas, enquanto as classes média e pobre aceitam passivamente serem tratados como escravos descartáveis. E ainda chamam de mito quem os deixa nesse situação.

  2. É revoltante. Enquanto alguns passam fome outros reclamam mesmo recebendo super salários.

  3. Realmente, o Black Label anda pela hora da morte, e tem muita gente passando para o Red Label. Muito em breve, vão parar no Drurys. Isso, se não conseguirem ficar sob a aba do chapéu do Guedes. É a dominação para exploração mais absoluta que o mundo já viu desde a extinção do pássaro Dodô. Bolsonaro vai na frente fazendo palhaçadas e desviando a atenção, enquanto o Guedes vai por trás botando toda a prataria no saco.

    1. Kkkkkk… Exatamente.
      Imagina que horror o povo querendo, além de cursar faculdade, tomar a mesma cerveja gourmet que a Casa Grande. Que absurdo. Assim a Skol quebra tendo que lançar uma puro malte. Jessé Souza tem toda razão ao descrever a questão de classes.

  4. ESSES VAGABUNDOS DE FARDA DEVERÍAM SER EXTINTOS,JÁ PASSOU DA HORA.
    NADA PRODUZEM.NÃO GERAM NENHUMA RIQUEZA,MAS,ESTÃO SEMPRE PRONTOS A CUMPRIR AS ORDENS DO TIO SAM.

  5. Pelo nome dá para perceber que ele é filho do ex governador (que está “preso”) ou neto).
    Tem que ser muito cara de pau, Sem vergonha, pois o cara recebe 24 mil por mês e reclama que está num miserê danado. Sem vergonha.

  6. E alguém acredita que o governo Zema (MG), chefe dos procuradores mimimi, vai cortar algum privilégio dos mocinhos? Na ânsia de mostrar enxugamento do Estado, provável que rebaixe salários de professores, agentes de saúde….

  7. A abjeta afirmação do procurador não pode passar em branco, porque eivada de preconceito social (“eu, infelizmente, não tive a sorte de ter origem humilde”). Contudo, me incomoda ver certo tom de generalização para cima do funcionalismo público, como se este fosse unanimemente formado por bem nascidos, regiamente remunerados, e existisse apenas para pisar os desfavorecidos. Se dói ver dinheiro público usado para bancar tais indivíduos, não podemos esquecer que a grande maioria dos funcionários públicos não são remunerados deste tanto, cumprem a dura tarefa de manter a existência da coisa pública (às vezes em detrimento de sua vida privada) e não ocupam o topo da escada da riqueza material. Aliás, não custa lembrar que, dentre os dez mais afortunados do País, ao que me conste não há nenhum funcionário público, todos são banqueiros ou barões da mídia e da publicidade. Talvez o despropósito não seja a reclamação vinda de alguém que ganha tanto na esfera pública, mas a existência de tamanha distância entre o 1% mais rico e os dois terços de menor ganho. Fulanizar a crítica tira o foco da desigualdade, a verdadeira vilã desta história.

  8. É simples resolver isso. Basta ele se demitir e ir trabalhar em empresa privada. Como advogado, certamente vai ganhar uns 70 mil em qualquer escritório de advocacia. Principalmente daqueles de “porta de cadeia”.

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